segunda-feira, 25 de julho de 2011

Comida, procura diária

Estava na varanda de minha casa observando a Bolinha dentro da casinha dela, comecei a regar as plantas, no ir e vir com o balde cheio de água com fertilizante para as plantas, as sabiás ficaram em cima do muro assustadas com a movimentação. Depois que terminei a rega das plantas, foi que vi a razão das sabiás estarem perto com atenção nos meus movimentos. Queriam a comida da Bolinha, queriam comer a ração que estava na tigela. No início fiquei brava, ora o que poderiam essas aves quererem comer a comida das cachorras.
Durante o jantar, uma sabiá pousou no muro perto da cozinha, aí eu atentei para essa movimentação. É inverno, as frutas, as sementes e outro tipos de comida estão escassos nessa época. O inverno é uma estação que a maioria das frutas se recolhem, preparam-se para nova safra, assim ficam quase que adormecidas. Os animais que vivem da coletas desses alimentos passam por tempo de muita dificuldade para alimentar-se. Assim, todos os anos compro mamão, banana, caqui, laranja para servir aos meus visitantes famintos. Para mim, ve-los bicando as frutas engoli-las com satisfação e alegria é um prazer que em poucos momentos da vida tive. Em anos anteriores, essas aves ficaram tão acostumadas e mansas que várias vezes entraram na cozinha e não sabiam sair, imagine o que aprontavam!! e o susto que passava. Mesmo assim, voltavam.
Fazendo um paralelo dessa situação, posso mostrar que muitos seres humanos passam por dificuldades semelhantes. Dificuldades que já deveriam estar sanadas, pois com todo esse desenvolvimento na tecnologia, nas lutas de igualdade, na divisão da terra, nos mecanismos de controle de preço, enfim em todas as medidas de diminuição da fome, ainda não podemos dizer que estamos isentos de ver nossos semelhantes remexendo latas de lixo para colher alguma coisa que possa comer. Algo para vender, rendendo algum dinheiro ou até mesmo alguma coisa que possa lhe ser útil na casa.
Continuarei tratando das minhas aves, pois sei que na primavera recebo o pagamento com canto desde manhã.  Farei minha parte na diminuição de dificuldade do acesso aos alimentos para nossos semelhantes contribuindo nas organizações sérias que atendem uma determinada região. Sei que não é o suficiente, mas farei o que posso dentro das minhas condições.
De tudo isso o que mais me magoa, é a indiferença das pessoas que tem poder para diminuir ou até a acabar com essa situação. Mesmo assim, continuarei a alimentar minhas aves e dentro do possível, socorrendo as pessoas que necessitam  de um apoio urgente, sem ter tempo para esperar a programação e preparação dos órgãos responsáveis em diminuir ou até acabar com esse pedaço da nossa sociedade que envergonha a grande maioria.

Um comentário:

  1. Ola , interessante o que escreveu...tb trato dos passarinhos que vivem aqui no meu jardim...inclusive um casal de maritacas, que todo ano, voltam pra chocar os ovinhos, escondidos na telhas da varanda...nunca vi os filhotinhos, mas ouço o piar constante a espera de alimentos!!e qdo voam, e váo embora, torço para que voltem no novo ano...
    beijos
    heloisa crosio

    se puder...visite meus blogs
    www.intensosmomentos-helocrosio.blogspot.com
    www.helocrosio-haikais.blogspot.com

    ResponderExcluir