quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Blog na prática pedagógica

A gratuidade e a facilidade de criação de um blog em diferentes provedores, e o número significativo de jovens que acessam a Internet constituem vantagens significativas para esta proposta pedagógica. Pelo blog o aluno descobre o prazer em escrever e passa a ser reconhecido pelo que escreve.


Uma diversidade de projetos educacionais com o blog mostra que este é o caminho para a produção textual autônoma. O incentivo para que o aluno escreva, reescreva e reflita sobre sua escrita também está no blog, pois o público que lê seu trabalho publicado é grande e diversificado. O blog viabiliza e visualiza uma publicação literária, dando para um aluno autonomia e voz própria. Teresa Almeida D'Eça (2004) diz: “o blog desperta o gosto pela leitura e escrita, dá voz própria aos alunos, dá visibilidade a um trabalho e dá para o aluno um público alargado”.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Proezas da Dalila

Ah! Dalila!! que chegou em casa bem pequena, sem dentes, mal comendo sozinha, andando muito mal, penso que deveria ter menos de um mês de idade. Sua raça? ah, essa ainda não descobrimos, mesmo depois de seus 16 anos junto. Chegaram a dizer que era descendente de coelho, de rato do mato, de pincher, de salsicha, enfim, muita coisa... bom, estou falando da nossa primeira cachorrinha de estimação que apareceu em casa, ou melhor, no apartamento. Imaginem, duas crianças, eu trabalhando fora, eles com horário de escola, natação, inglês... e a cachorra pequena. Bom, tive que encarar pois, o gato que tínhamos fora embora para a fazenda, não podia ficar no apartamento, queria pegar as pombas que chegavam perto das janelas.
A Dalila foi crescendo, para nossa sorte não ficou grande, mas ficou brava... ah! isso ficou! Aprendeu a sentar, a dormir na cama dela, a fazer suas necessidades no jornal, a pedir chocolate, farejar as frestas das portas na procura de algum chocolate escondido.
Da sua braveza, vou contar algumas histórias. Meu filho tinha muitos coleguinhas de escola japoneses, vocês sabem a característica dos japoneses, são tímidos. Sempre que tinham que fazer os "trabalhos" de escola vinham em casa. Ah! era a festa para a Dalila se impor. Esses coleguinhas passavam o maior medo. A caça começava desde o momento que o porteiro interfonava avisando que os meninos estavam subindo. Ela começava a latir, era sempre a primeira que chegava na porta, isto já estava bufando, queria sangue!! o elevador parava, ela corria patinando na porta, corríamos para segurá-la, enquanto os meninos ficavam quietos encostados na parede até ela fazer a "revista", isto é, até ela cheirar todos, ver se não tinham chocolate ou se alguém se mexia. Imaginem a cena. Esses meninos hoje estão homens, formados, casando e somos amigos de muitas risadas quando lembramos desses momentos. Hoje falam que morriam de medo! e que eu dizendo que a Dalila não fazia nada, eles tinham muito, mas muito medo.
Ela ficou tão possessiva que muitos parentes deixaram de ir na minha casa por causa dela. Por muitas vezes era preciso prender a Dalila para receber um técnico de geladeira, da máquina de lavar roupa, uma amiga, ou mesmo um parente, cantar parabéns batendo palmas? nem pensar! ela ficava uma fera!!! cumprimentar alguém de casa? só disfarçadamente, ninguém podia pegar ou relar em qualquer um de nós. Quando essas pessoas saiam e a Dalila era solta, ai meu Deus! ela corria por tudo onde a pessoa tinha passado, tocado, sentado, isto na maior braveza e fungação. Queria pegar de qualquer jeito essa pessoa.
A Dalila sempre foi independente, parece que nunca soube que é uma cachorra, nunca se portou como tal. Nunca ligou para outros cachorros, sempre companheira nossa.
Hoje, com sua idade avançada, leva uma vida de conforto, está firme, surda e com muita saúde. Tem um ritmo de vida que só ela gosta. Quando vai visitar meus pais, faz a parte dela na hora de cumprimenta-los, mas logo em seguida vai para a frente da geladeira e fica esperando abrirem par ver se tem alguma coisa que a interessa. Depois vai verificar as portas dos armários para ver se tem algum chocolate escondido, se tiver, podem ter certeza que ela descobre.
Nosso conforto é que ela viveu seu tempo da melhor maneira possível, quando for embora, saberemos que vamos sentir muita saudade, mas ao mesmo tempo teremos muitas e muitas lembranças dessa Dalila, que agitou nossa casa e muita conversa.

Férias na Fazenda

Sempre tive contato com animais e com a natureza. Quando tive meus filhos sempre os eduquei para respeitar todo tipo de vida. Morando na cidade, sempre que possível, as férias de julho eram curtidas na fazenda que meus pais tinham, lembram, aquela onde cresci, de onde já contei algumas lembranças de infância.
Lá eles eram liberados para brincar descalços, subir nas árvores, ir no curral ver tirar o leite das vacas, ver um bezerro novo, ver a vacinação do gado, a marcação e até apartação. Mais perto da casa, tinham os animais domésticos, como as galinhas, os patos, perus, porcos, os gatos, cachorros, as pererecas, os pernelongos, enfim, todo tipo de animal que se aventurava a chegar perto de casa.
Nesse tempo de férias, não havia nada programado, não tinham hora para levantar, as brincadeiras eram decididas por eles mesmos. Muito importante era a convivência harmoniosa entre as crianças e adultos. Se era tempo de colher alguma fruta, lá íamos todos colher, se era para rastelar o quintal, todos se envolviam na tarefa com o maior prazer, era tudo muito descontraído, tudo muito solidário.
A vida tinha um sentido muito mais simples e fácil. Fazer pão, hummm.... era divertido, pois minha mãe fazia a massa, deixava crescer, depois ia eu para o cilindro passar a massa para enrolar os pães. Todos queriam ajudar a cilindrar. Fazer o macarrão aos domingos, era esperado com sabor especial. Torrar café, humm... era gostoso desde o momento que começava a soltar a fumaça, aquele cheiro de café é inigualável, tomar desse café é um prazer dos deuses. Imaginem que fazíamos sabão, é sabão de soda, com resto de óleo de cozinha. Doces? esses vocês nem podem imaginar como eram gostosos! Doce de goiaba, esse era a especialidade, junto com o de mamão verde, de manga, de figo, de laranja do mato, de abóbora, de pêssego, até melado, nunca esqueço o sabor do melado feito com a garapa da cana produzida lá mesmo!! Estes doces eram feitos em tacho de cobre, daqueles já bem velhos e pretos de fumaça, por fora, tudo isso no fogão de lenha. As crianças ficavam encarregadas de buscar a lenha. Toda essa agitação era sempre acompanhada por todos. Os passarinhos até se arriscavam a fazer seus ninhos no quartinho do poço, assim era chamado o lugar onde ficava o tanque de lavar roupa, o fogão de torrar café, o moinho de café.
Enquanto, nossos dias eram diluídos nessas tarefas, as crianças levavam os dias envolvidos em brincadeiras embaixo da mangueira, brincando de barro, de fazendinha, de andar a cavalo, etc.
Nesse tempo não percebia o quanto estava alimentando as lembranças de meus filhos de suas infâncias. Era tudo muito natural. Fazia com o maior prazer, sempre tinha um amigo deles para partilhar esses momentos. Sei que muitos desses amigos terão somente essas lembranças de férias. Por isso, penso sempre em viver todas as fases da vida de acordo com as expectativas da época. Sou feliz porque tenho em mente lembranças alegres e de ter proporcionado aos meus filhos esse tipo de lembrança para suas vidas inteiras.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estar só !

O que é estar só?? pensando na solidão, no estar só, vejo muitas maneiras de sentir-se assim...
Podemos estar só no meio de uma multidão, numa festa, enfim, mesmo com várias pessoas podemos ter essa sensação de sermos sozinhos.
Essa sensação é muito comum no final do dia, depois de sairmos da caverna (casa) em busca dos provimentos para a sobreviência, das batalhas diárias, vencendo vários inimigos, sejam visíveis ou invisíveis.
Depois dessa etapa vencida, vamos para nosso recanto de repouso, o quarto, a cama... nesse espaço, repassamos os acontecimentos do dia, sejam eles bons ou não, que voltam à mente para por em ordem ou mesmo fazer uma análise desses fatos como produtivos ou maléficos para nossa carga psicológica.
Que confusão!! mas logo vão entender. O que quero dizer, é que essa sensação de estar só, é sempre presente em nossas vidas. É importante termos esses momentos de solidão, precisamos ficar a sós para fazermos uma análise, sem partidarismo, com a mais pura justiça e honestidade.
Buscando nosso aprimoramento como cidadãos desse cosmo tão grande e pequeno ao mesmo tempo, quando temos em nossas mãos essa tecnologia que derrubou fronteiras, que deixamos de ser bairristas para sermos cidadãos do mundo, onde não pode-se pensar em diferenças e qualquer discriminação, somos todos seres do mesmo quintal!
Essa solidão que sinto, penso que a grande maioria deve sentir também, é uma sensação de isolamento, todos querendo ter sua caverna, sua caixa de luz colorida (televisão), seu conforto material e no prazer instântaneo.
Falo de estar só, porque nesses momentos de final de dia, são os momentos que deveríamos ter alguém para trocar figurinhas sobre o dia com todas nossas batalhas, com vitórias e derrotas.
Por estar sozinha, tenho pensado muito nessa característica do ser humano como ser social. Somos seres que não conseguimos viver sozinhos, isto provado por várias ciências, temos necessidade de ter alguém ao lado.
Pela minha vivência tenho percebido que está cada dia mais difícil encontrarmos uma pessoa que possa compartilhar uma vida de maneira harmoniosa, vejo muitos homens e mulheres sozinhos, chegam a dizer que não querem companhia, penso e pergunto: o que está mudado? por que as pessoas estão preferindo ficar sozinhos? será que ter alguém ao seu lado vai mudar suas atitudes? sua liberdade?
Devemos ser mais sábios, não é por acaso que estamos tendo a chance de viver por mais tempo, acho que Deus está nos possibilitando oportunidade e momentos de aprendizagem para tirar proveito desse tempo de vida. Vivendo-o de maneira mais consciente e consequentemente, mais felizes!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meia Idade?!!

Bom, quem me conhece sabe que não sou nada jovem, estou passando a "era" dos cinquenta!! Num dos meus momentos de solidão, de pensamento sobre a vida, o que ela faz, o que ela fez e pensando no que ela poderá ainda fazer?Cheguei à conclusão que estou vivendo a "meia-idade", mas o que é isso, "meia-idade"??
Meia-idade, poderia ser aquela idade que estamos chegando à adolescência, um tempo que não somos crianças e nem jovem... somos, como costumo falar, uns "gansepes", uma mistura de ganso com zepes... agora não me pergunte o que é "zepes"?? só sei que é coisa muito feia... desengonçada, parecendo mais uns carangueijos com seus braços e pernas compridos, que por momentos não sabem nem o que fazer com eles.
Continuando com minhas conjecturas absurdas, sei que "meia-idade" é quando não somos jovens o bastante para fazer alguma coisa sem pensar e também nem tão velhos para fazer alguma coisa bem pensada. Não sei se entenderam... mas é isso... estou na meia-idade!
Querer alguma coisa, está ficando difícil, pois tenho que pensar em coisas mais rápidas, urgentes, coisas que não podem demorar para acontecer. Tenho que pensar que o tempo passa muito depressa e estou a cada dia mais lentaaaa. . . o que fazer?
Eu tento tirar proveito de toda situação que me aparece, seja conversar com a vizinha, seja ouvir boas músicas, ver um bom filme, ir ao salão e fazer daqueles momentos, momentos de descontração, de boas risadas, estou tomando a consciência que logo, estarei fora dessa "meia-idade" onde terei que ser muito cuidadosa, terei que ir bem mais devagaaarrr. . . assim, percebo que a própria natureza se encarrega dessas mudanças de atitudes e posições na vida.
Estou valorizando mais até as estações do ano, estou entendendo e tirando o que tem de melhor em cada uma delas. Morando numa região de mais frio, mais chuva, sinto bem essas fases do ano. Estamos no início do outono, nosso clima mudou, chegou a chuva, o sol está mais distante, mais frio, parece que está se despedindo por um tempo. Os pássaros estão preocupados com a comida, começando muito cedo sua labuta pela sobrevivência, mas em silêncio. O canto está para as horas de sol, de flores, de sementes, de paixão. Agora a preocupação é de sobrevivência.
Meia-idade parece o outono da vida, sabemos que estamos passando e sabemos o que vem no futuro. Não quero olhar somente pela ótica pessimista, devo olhar pela vantagem de chegar até aqui e poder programar mais. Poder pensar que vou ficar mais velha, mais sábia, mais calma, compreensiva, dócil, só não quero ficar fria... insensível, quero chorar, mesmo vendo um filme de romântico e sabendo que nunca mais me apaixonarei.
Meia-idade é perceber que não se tem mais conserto para as rugas, para a queda de cabelos, para uma dores surpresas, para as insônias, para o esquecimento dos recados, dos números de telefone, dos nomes das pessoas, das datas de aniversários, mudança do corpo, os sapatos machucam e assim vai indo. . .
Desejo a todas as pessoas de meia-idade que sejam felizes, não importa como, mas sejam. Quem não conseguiu sua felicidade, deve lutar para alcança-la, mesmo que seja depois da meia-idade, mas nunca deixem de lutar pela felicidade.