domingo, 16 de maio de 2010

Rapidez da vida

Estudo há algum tempo as tecnologias de informação e comunicação na educação, nesse tempo tenho percebido que as inovações são muitas, acontecem com muita rapidez, sem tempo para saber ou entender do mais novo lançamento, deixando a anterior ultrapassada.
Lembro-me, quando criança, que o natal demorava para chegar, ah! o dia do aniversário então, mais ainda.
Hoje percebo que as pessoas estão sempre procurando algo novo, parece uma síndrome do querer saber o vem amanhã.  Estamos muito impacientes e, sem ver, o "hoje" vai indo embora sem nossa participação e mesmo sem desfrutá-lo. Ficamos falando da rapidez do tempo, das inovações que a indústria joga todos os dias. No presente, nossa preocupação é com o futuro e lembrando o passado, das oportunidades que perdemos, dos momentos de lazer com pessoas queridas, tenho quase certeza, que a maioria das pessoas não tem consciência desses momentos e nem quando estão vivendo-os. Posso dizer que o presente é muito fulgaz, muito esperto, disfarçado, simulado e outros adjetivos... deve ser uma artimanha da natureza, pois só assim vamos planejar o fututo, lembrando do passado, começando a mudar ou reagir para a realização dos sonhos de hoje tornarem-se realidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sonhos sonhados

Vocês me conhecem, sabem muito da minha história, de algumas passagens da minha vida. Perceberam que tive uma infância sem muito estímulo e recursos para aprender sobre arte, apesar de estudar piano por muito tempo.
Meus pais não tiveram a oportunidade de estudar mais do que era possível para a época deles, assim não tive por onde saber mais do poderia aprender lendo as revistas semanais, como "O Cruzeiro" e   "Manchete". Essas fontes foram minhas enciclopedias. Nelas sabia o que estava acontecendo no mundo, muitas coisas que a grande maioria dos meus amigos nem imaginavam, pois não tinham acesso a esse tipo de leitura, ou mesmo não se interessavam. Devo muito da minha cultura geral a essas duas revistas. Sei que gostava muito de lê-las. Gostava de sentir o cheiro do papel novo, da textura das folhas, das fotos, do colorido, sei que viajava muito pelas imagens que traziam.
Lembro-me perfeitamente, que gostava de ler as crônicas de Carlos Heitor Cony, Fernando Sabino, Rubem Braga e outros. Sei que lia tudo, gostava de saber o que estava acontecendo no mundo fora daquela cidade que vivia. Não tinha outro meio de comunicação para estar ligada aos acontecimentos e, mesmo tendo a chance de saber algo mais do que me rodeava.
Lembro-me bem, das reportagens sobre Grace Kelly, sobre o Xá da Pérsia e seus amores, sobre tapetes persas, concursos de misses, golpe militar de 1964, copa do mundo, ah! as piadas do Amigo da Onça, sei que lia tudo com muita sede de atualização e de saber algo além dos limites da minha realidade. Sei que lia e ficava tudo comigo, pois não tinha com quem comentar essas coisas maravilhosas.
Nossa, como lembro das reportagens das grandes cidades como Paris, Londres, Roma, alguma coisa da Rússia, Alemanha, Espanha, Portugal, Rio de Janeiro e São Paulo. Sobre essas cidades tenho fortes lembranças, sobre os grandes espetáculos de teatro, de balé. Sonhava em ser bailarina, brincava de balé, sempre gostei de arte, lia todas as reportagens sobre novidades e apresentações.
Sempre tive comigo que iria conhecer esses lugares, ficava horas navegando pelas páginas e fotos dessas revistas, o tempo foi passando... as chances diminuindooo... hoje percebo que essas revistas serviram para alimentar e mostrar que tem muita coisa além do que nossos olhos alcançam. O mais interessante é que sinto que esse sonho de conhecer esses lugares está já no passado, estou aceitando a idéia de ficar com essas imagens como presente de saber da existência de algo mais além do que vemos.
Sinto-me enraizada, feliz em ter esse conhecimento e mais, em ter a chance de ter acesso a esse tipo de informação num momento que precisava saber que havia muito mais coisas além dos limites do meu espaço. Hoje, satifaço-me com os limites do meu espaço, não tenho mais os sonhos de chegar a esses lugares, sinto-me feliz aqui mesmo!!