quarta-feira, 29 de junho de 2011

Saudade...

Tempo atrás dei uma volta à terra natal.
Sem perceber fui ao passado.
Senti-me sozinha, sem reconhecer as pessoas.
O que fazer com o futuro?
Foi bem isso que senti quando fui ver minha mãe. Ainda não falei sobre a perda que tive no dia 1º de janeiro desse ano. Meu pai faleceu quando o mundo festejava a entrada do novo ano, uma noite que mostrou as armações do destino. Provou mais uma vez que estamos vivendo as convenções da sociedade.
Por que temos um calendário que determina os dias que devemos comemorar?? Quem disse que estamos vivendo exatamente o que se marca? Bom, como estamos nesse mundo, temos que aceitar e viver de acordo com essas convenções.
Para mim esse dia que era muito esperado com desejos, sonhos e anseios de coisas boas, agora sempre será marcado com essa tristeza.
Vou falar um pouco de meu pai. Era um homem muito correto, sério, honesto, autoritário, inteligente, tinha lá, suas frustrações. Seu maior sonho era ter podido estudar. Gostava de ler, saber o que estava acontecendo, saber outro idioma, mas por situações da vida, não pode realizar esse sonho. Assim sempre falava do seu tempo de escola, lembrava o nome da primeira professora, dos amigos de escola.
Conheceu minha mãe, namoraram pouco tempo, casaram-se. Tiveram três filhos, um menino e duas meninas. Por um tempo moramos em uma cidade com certo padrão de conforto. Como a época exigia que buscassem melhores condições de construir um patrimonio, foram à luta.
Deixamos a cidade e partimos para o interior do estado, na busca de novas oportunidades. A vida de meu pai foi estritamente, trabalhar... trabalhar... já escrevi alguma coisa sobre esse tempo no início do meu blog.
Nunca fez uma viagem muito longe. Seus sonhos eram somente em ser independente, segurança na velhice, enfim, viver tranquilo, era o que falava.
Penso que morreu satisfeito, pois ultimamente viveu como sempre desejou. Concretizou seus planos. Foi durante todo esse tempo casado com minha mãe, tiveram um casamento com mais de 60 anos, coisa muito rara nos dias de hoje.
Acredito que onde estiver, sente-se em paz, pois cumpriu com tudo que sempre sonhou.
Tenho como lembrança, uma pessoa de muita fibra e determinação.
A falta será infinita, sinto que agora não tenho essa pessoa na minha retaguarda com quem podia recorrer a qualquer hora. Sinto-me sozinha, e mais ainda, terei que enfrentar as contrariedades com sabedoria e firmeza.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Caminhada

Meus filhos vivem pegando no meu pé para fazer uma atividade física. Sei que eles tem razão, só que nunca encontro tempo....mesmo assim, tenho minhas taxas de sobrevivência na média. Para isso minha filha vive arrumando programas. O último foi uma caminhada de 12 km.
Caminhada em prol de uma ONG que cuida de cachorros de rua, assim podia levar cachorros, claro que a Lola e a Duna nos acompanharam.
Bom, na noite anterior fomos dormir mais cedo, para não passar vergonha na caminhada.
Saimos cedo, embaixo de uma forte neblina, com  roupa leve, esperando calor. Fomos ao local de encontro com os outros companheiros. Esperamos todos chegarem, partimos em comboio, pois só os organizadores sabiam o caminho. Andamos por uma estrada de terra, área rural com características de serra. Região colonizada por italianos. Chegamos a uma igrejinha com salão de festa bem típico.
Fizemos um alongamento rápido, partimos para a caminhada...a neblina continuava. O caminho era de estrada de terra, com vegetação baixa, sofrida com o frio. propriedades de aparência velha, com cercas de arame velho, casas velhas, muitas abandonadas, uma região sem muito recurso de recuperação, parecendo não querer sair daquela realidade. Andando e conversando, fazendo amigos, observando as gotas que se agarravam nas pontas da folhas das árvores e a neblina indo embora... o sol começou a se mostrar e a fazer-se forte.
As curvas pareciam não ter fim, tudo muito sinuoso, nisso os metros e quilometros se completavam. No caminho encontramos flores que não conhecia, pés de mixirica carregado, voltei à minha infância, fui catar mixirica no pé... estavam doces. Nesse tempo a Lola e a Duna andavam sem parar, cheirando, entrando na água que encontravam... às vezes, iam longe na busca de algo que farejavam...
O sol já estava esquentando. Começamos a tirar os agasalhos e a sentir mais o calor da natureza silenciosa, nessa época nem os pássaros cantam. Para surpresa da minha filha, eu estava no pique total, estava acompanhando numa boa.
Depois de duas horas e meia, chegamos ao ponto final, completamos os quilometros sem qualquer problema. Outro alongamento feito para encerrar a atividade.
Assim, a caminhada foi um teste do meu preparo físico, modestia parte, senti-me muito bem, sem qualquer dor, sem muita canseira, até eu fiquei contente com minha performance.
O almoço foi servido, acompanhado dos novos amigos. Uma refeição caseira com  verduras orgânicas e pratos tipicamente italianos, como o risoto de frango e polenta.
Essas horas, serviram para avaliar o quanto a simplicidade é rica. O quanto apanhar uma fruta no pé, andar na terra, nas trilhas, conhecer novas pessoas e deixar o dia caminhar no seu ritmo pode mostrar que temos muito mais do que merecemos. Que Deus foi muito criativo e despreendido na criação.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Trabalho versus sonhos!

Hoje terminei outro curso sobre Educação, um curso oferecido aos professores da rede estadual, para elevação na carreira. Tenho mestrado da Universidade Federal de Santa Catarina, curso que a Secretaria da Educação não considera como requisito para elevação na nossa carreira do magistério. Para justificar, criou o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, que sendo selecionado o professor deve cumprir determinadas etapas. Etapas essas, que tem como início a elaboração de um projeto, criar material didático, implantar esse projeto na escola de lotação e produzir um artigo. Em 2009 fui selecionada para esse Programa. Hoje entreguei o artigo, hoje finalmente terminei um trabalho de dois anos!!
Agora, desejo ter mais tempo para usufruir das coisas boas que a vida pode apresentar. Penso que chegou o momento de começar a realizar uns sonhos que fui deixando para trás. Sonhos esses, que tem como prioridade, viver mais com meus filhos, ouvir minhas músicas, ver os filmes com mais calma, realizar os passeios mensais, conversar sem pressa com os amigos, enfim, viver com calma e, se possível, encontrar alguém que aceite-me como sou.
Quando falo de "passeios mensais" é um sonho que tenho há muito tempo. São viagens curtas, viagens de finais de semana, viagens para lugares que oferecem descanso, onde a natureza seja centro de observação, onde se respire ar de tranquilidade, aroma de flores e possa desfrutar a liberdade dos animais no seu habitat.
Meus sonhos de futuro, são de começar a voar perto... por enquanto não tenho sonho de voar longe. Espero aprender a voar bem para voar alto e longe!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Retorno

Olá Amigos, estive fora por longo período. Várias foram as causas, desde trabalho, fatos naturais da vida, preguiça, falta de assunto e assim vai...quando parei pensei que nunca mais teria assunto.
Mesmo com todas essas causas, resolvi voltar, senti necessidade de escrever. Acho que aqui extravaso minhas tristezas, alegrias e descobertas. Nesse tempo, quase um ano, muitas coisas boas, tristes e aprendizagem passei. Mudei de trabalho, continuo arrumando minha casa, meus filhos mudaram de vida, houve casamento, isso quer dizer que minha família aumentou, ganhei uma nora, brevemente ganharei um genro. Também, perdi parentes queridos, pessoa que sempre fará falta. Meu pai faleceu de maneira muito rápida, sem aviso. Sinto-me sem amparo, sinto-me sozinha, agora mais do que nunca, tenho responsabilidade de caminhar com meus próprios conhecimentos e valores.
Nesse tempo, conheci pessoas que farão parte de boas lembranças da minha vida. Desejo ficar bemmm velhinha, com histórias para contar aos meus netos, assim tenho que viver a vida como se fosse um teatro, vivendo seus atos intensamente.
Espero poder continuar trazer a vocês coisas que possam gostar de ler, que tenha minha cara.