domingo, 27 de junho de 2010

Por que tanta coisa ??

Quando estudei antropologia deslumbrei com a certeza que somos seres únicos e unos. Somos muitos, várias raças, diferentes na aparência, na cultura, nos valores, nas crenças, enfim, somos diferentes mas, iguais... entenderam? Somos iguais na constituição como seres humanos, todos nós temos uma cabeça com dois olhos, dois ouvidos, cabelos, nariz, boca, testa, mesmos ossos, dois braços, um tronco, duas pernas, enfim, somos todos iguais, mas diferentes... será que é nessas diferenças que teremos que arcar com as surpresas da vida? ou será que por essas semelhanças teremos que responder pelos pacotes que caem do céu sem aviso prévio?
Geralmente são pacotes nada agradáveis, pacotes que temos que desembrulhar com o máximo de cuidado para não sobrar para os outros. Pacotes na sua grande maioria explosivos, tipo problema de saúde para um ente querido, falta de grana, desilusão amorosa, decepção, problema de outros que chegam para nos abalar ou estragar o final de um domingo tranquilo e, assim vai...
É sobre esses pacotes que quero falar. Sou uma pessoa de bem com a vida, sou muito otimista, alegre, mas ao mesmo tempo sofro muito pelo que acontece ao meu redor. São fatos que não dizem respeito, diretamente, à minha vida, mas me abalam.
Por que quanto mais velhos, mais sentimos a chegada desses pacotes? Será que com a idade nosso endereço fica mais conhecido por esses pacotes? Se for, quero voltar a ser jovem. Ou, quero ficar bem velhinha para não saber de mais nada. Sempre pensei que quando fosse grande, fosse mais velha, com filhos criados e formados, a vida seria mais fácil, entenderia e saberia resolver os problemas, pois teria a tão famosa "experiência", assim saberia curtir e resolve-los sem sofrimento. Para decepção minha, que nada, tenho os mesmos ou até maiores e piores pacotes para desembrulhar agora, pacotes que para desembrulha-los deveria ser várias ao mesmo tempo, essa conversa de seres únicos e uno, não dão conta na solução desses pacotes, pergunto: o que fazer?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Navegando com papel!!

Nossa mente é uma caixa de muitas surpresas. Penso que os cientistas não desvendaram todos seus mistérios, por estar sempre em mudanças, em transformação ou melhor dizendo, em adaptação. Digo isso, por várias razões. Uma delas, no seu poder de armazenamento de informações, que são transformadas em conhecimento frio e calculado, em sentimentos de vários tipos (ciúme, amor, desejo, inveja e outros), assim nossa mente é constantemente exigida nas mais variadas funções.
Falo isso porque vivi uma experiência que exigiu muito da minha mente. Fui organizar umas fotografias para fazer uns quadros decorativos. Aproveitei os dias que estava sozinha e fui vasculhar os álbuns de fotos, fui até àquele mais velho, aquele onde as fotos são em preto e branco, fixadas por cantoneiras de papel, outras coladas em papel cartão com folha de seda trabalhado, muitas desbotadas do colorido vencido pelo tempo e mais algumas recentes que sobraram dos álbuns virtuais. Depois que começamos a guardar as fotos nos computadores, fiquei sem recurso de viajar no tempo, sem poder sentir saudade com o fato na mão... saudade de um tempo perpetuado pela magia de Lumiere.
Nessa seleção de fotos, viajei desde quando nem me conhecia, nem sabia que existia até os dias atuais. Passei por festas de família, como o Natal, com os primos todos reunidos num sofá com a Lili por testemunha, com meus parentes mais distantes, em momentos cotidianos, alguns de lazer com amigos, em viagens, imaginem vocês que encontrei fotos de um tempo que era bem jovem e bem bonita, onde desfilava como modelo!! fotos dos meus pais quando jovens e animados com a vida, cheios de esperança, alegria e vitalidade. Meu pai era um homem bonito, simpático, gostava de festas, de dançar, de amigos, hoje, está desiludido, desencantado, cansado, desmotivado, está como nunca pensei que alguém poderia ficar. Minha mãe, ah! como era linda!! tinha um ar de lady, era uma mulher altiva, de linhas clássicas, fina, ninguém sabia que ela era tão bonita.
Vendo essa seleção de fotos, viajei por vários momentos e épocas, voltando a falar da nossa mente, percebi que não preciso de um computador para navegar no tempo, basta ter fotos em mãos que a nossa mente faz o resto!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Minhas visitas

Gostaria que esse espaço fosse de discussão de algum tema. Devo ser uma pessoa que necessite de mais tempo de vida para decidir esse tema, vocês terão que ter paciência.
Relendo os textos postados, verifiquei que falo muito sobre ser só, sobre filhos, sobre infância, aniversários, casamento, enfim, falo de muita coisa, mas de nenhum em específico. Tenho pensado muito em definir um assunto, estou mais propensa a continuar a escrever sobre fatos do cotidiano. Assim vou escrever sobre alguns visitantes que temos aqui em casa.
Minha casa fica num lugar bem tranquilo, sinto-me uma pessoa privilegiada, mesmo morando numa capital. Tenho muito verde perto, da janela de minha cozinha admiro as enormes araucarias, que me presenteam sempre com alguns frutos. Admiro outras árvores lindas pela sua idade e serenidade, parecem seguras de suas posições, parecem que não tem com que preocupar, em certos momentos, chego a pensar que sabem de situação e seu papel nesse mundo. Além desse conforto na janela da cozinha, no espaço reservado para as crianças brincarem, temos mais umas três enormes araucarias, dizem que devem ter uns 300 anos, estão cada dia mais lindas, produzem frutos lindos.
Sou presenteada com o canto dos pássaros em toda época do ano mas, quando chega a primavera a coisa pega!! todas as aves se acham no direito de mostrar suas habilidades. As sabiás, são as mais barulhentas, nem clareou o dia, estão cantando... cantando... parece que ficam à espera para começar a se exibir, a conquistar, a fazer acrobacias, nesse entuasiasmo de conquista e corte, somos acordados todas as manhãs com o canto dessas escandalosas e desesperadas aves num tempo de procriação. Além das sabiás temos os canários da terra, as curruiras, os sanhasos, bem-te-vis, beija-flores, tucanos que aparecem em bandos, sairás, joão de barro e muitos outros que não sei o nome.

Pensava que já era o suficiente, para surpresa me aparece um casal de jacutinga, vieram conhecer minha casa, chegaram até na garagem e fizeram do nosso bosque seu lar. Para retribuir, ficamos quietos, não importunamos os visitantes, sei que estão com mais dois integrantes, estou feliz, pois sentiram-se seguros e formaram um pequena família. Meu desejo é que fiquem por aqui muito tempo.
Sinto muito carinho pela natureza, gostaria que o ser humano fosse sublime no entendimento de viver em paz e harmonia com a natureza.