quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pedacinhos de panos - Amor

Colcha da Taty e Mateus
Fui criada numa época onde as meninas tinham suas funções bem definidas. Sem perceber e, ocupando esse espaço, cresci fazendo e aprendendo a desempenhar essas funções da melhor maneira possível. Desde que me lembro, quando menina sempre me interessei por aquilo que era feminino. Hoje, vejo o quanto as brincadeiras masculinas, não me interessavam, fui entender e saber alguma coisa de futebol, depois de bem crescida, vendo televisão.
Em casa, eu e minha irmã, tínhamos tarefas definidas dentro de casa. Não interessava se minha mãe tinha ajudante em casa, das nossas tarefas não escapávamos.
Quanto a aprender os trabalhos manuais, sempre tive curiosidade e gosto de aprender. Posso dizer que sei cozinhar muito bem, cuidar da casa em todas suas áreas, fazer crochê, tricô, bordar a mão, trabalhos de colagem, pinturas e moldelagem, macramê, costurar e cuidar das plantas, além disso tudo, sempre admirei o patchwork, mas nunca tive a chance de aprender.
Agora, encontrei tempo e finalmente comecei a fazer o patch. Posso dizer que não sei nada, ainda. Mas peguei o gosto, fico contando as horas para entrar na minha sala de costura (chique, hein!!). Lugar esse que é meu refúgio, onde não vejo o tempo passar, onde entro sem saber o que vou criar, só sei que esqueço das preocupações, do tempo, fico envolvida com os "paninhos".
Nesse tempo, ligo o rádio, ouço músicas que me embalam, me remetem, por muitas vezes ao passado, com boas lembranças.  Durante essas horas, que não vejo passar, vou criando peças com os "paninhos", peças que muitas delas acabo vendendo, outras são presenteadas, outras são produzidas diretamente para quem eu desejo deixar uma lembrança. Só sei que tenho deixado muitas lembranças, que vão desde mantas para meus sobrinhos-netos, toalhas para as sobrinhas, bolsas, necessaires, almofadas, trilhos de mesas, cortinas, etc. 
Esses trabalhos, tem me dado muito prazer, sinto-me útil, produtiva e criativa. São essas criações que tomam o tempo de solidão, de isolamento e de reflexão. Momentos que penso na vida, sobre a vida e suas surpresas... 
Quando estou sozinha, subo logo que me vejo livre dos afazeres domésticos, sou surpreendida em determinado tempo pela Lola e Duna, as companheiras caninas, que acordam, sabem que estou por ali e vão pedir para sair, ou para eu descer. Vejo que já se passou um bom tempo, que elas têm razão em querer sair. Assim, saimos. Vamos tomar um sol, respirar o ar de renovo, buscar arejar! Elas fazem suas necessidades, bebem água, comem, brincam e ficam lá embaixo. Se vejo que ainda posso continuar meu trabalho, volto e retomo.
Sei de uma coisa, não gosto de receber encomenda definida, dizendo como querem que seja a peça, pois nunca sei o que e, como farei a peça quando entro na sala de costura, nem o que vou fazer, só sei que vou fazer uma peça...vou postar algumas para vocês avaliarem. 
Quero dizer que produzir fazendo ou unindo pedacinhos de panos, é uma maravilha, sinto-me feliz em criar arte com cores, textura e geometria. Tudo isso finaliza com amor!  


Toalha da churrasqueira

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Brasil, país de eventos!!

Desde que me lembro, vivemos de acontecimentos que todo país se envolve. Somos um povo muito hospitaleiro e festivo.
Com o passar dos anos, fui relacionando esses acontecimentos com fatos que sempre ocorreram nos grandes impérios da humanidade. No Egito, havia a construção das pirâmides como meta teocêntrica para agradar aos deuses. Na Grécia, as competições esportivas entre as cidades-estados, envolviam todos os cidadãos. Roma, com seu Império gigantesco, havia guerras de conquista, dominação e a garantia desse império eram os eventos calculados belicamente para manter essa dominação. Os eventos eram tão bem programados e preparados que os dominados não percebiam que eram manipulados, explorados e muitas vezes atores desses eventos de forma cruel. Esses acontecimentos do passado são citados até hoje como fatos absurdos e de baixo valor moral e ético. 
Voltando ao presente, esses acontecimentos que relatei acima, não estão longe dos nossos dias. Vejo assim, início do ano: festa pelo ano novo, férias escolares, férias forenses, férias dos legislativos (municipal, estadual e federal), férias dos funcionários públicos (na grande maioria), carnaval, bom isso já é fevereiro, passara-se quase dois meses e o país está curtindo férias, esperando o carnaval, quem será a Campeã da Avenida? Em seguida, Semana Santa, com mais uns dias de folga!! isso com o início das atividades forenses e legislativas a passos lentos... com alguns novos escândalos, com aberturas de novas CPIs, o Ministério Público fazendo-se aparecer com denúncias. O tempo passando.
Nossa, esqueci! esse ano tem Copa do Mundo, estaremos ligados e em contagem regressiva. A torcida para o Brasil ser novamente campeão é geral, o assunto em todas as rodas de conversa gira em torno do novo técnico da seleção, da convocação dos jogadores, da escolha desses "heróis", entra até as previsões dos videntes, precisamos ganhar essa Copa!! Caminhando junto vem os conchavos para a escolha dos candidatos a vários cargos legislativos que também serão escolhidos esse ano, mas como pensar nisso se temos a Copa para vencer? como pensar ou conversar sobre candidatos se tememos que nosso técnico não escolheu um jogador muito famoso? como ler sobre eleição e seus personagens se temos mais um escândalo estourando em Brasília? ora esse escândalo é continuação do anterior... mas a mídia não tem espaço para expor esses fatos, precisa divulgar a Copa do Mundo, a corrida de Fórmula I, a estrela da Televisão que separou de seu marido, os escândalos do presidente de um país longe... sim, nossa verdadeira situação não importa, não temos tempo para mostrar o que convem aos nossos brasileiros fora de sua própria realidade nacional.
Andando pela cidade, isso após a Copa do Mundo, verifico que nosso legislativo está trabalhando, sim, "trabalhando" em causa própria, como sempre. Estão todos com a mão na massa. Massa humana, massa popular, massa que rende votos, estão todos envolvidos em eventos que possam distrair essa massa. Será que já não distrairam bastante? além desse tempo de envolvimento em Copa do Mundo, Fórmula I, o tempo que tomam dos campeonatos regionais, estaduais e nacionais já não são suficientes? carnaval? festas religiosas? agora mais esse tempo de propaganda eleitoral! Vejo carros totalmente descaracterizados, por adesivos e alto falantes divulgando as "benesses" dos bons homens que querem seu voto "para cumprir a tarefa de legislar", "para defender os interesses das classes menos privilegiadas" e, assim vai... gostaria de ter por um dia, o poder de pegar esses "bons homens" que estão "legislando" em favor das classes menos privilegiadas, para torná-los personagem dessas classes tão defendidas. 
Vejo as propagndas, de muitos que acompanho sua trajetória, analiso essas pessoas. Nem em sonho teriam meu voto, mas mesmo assim chego a ter admiração, sabem por que?  pela coragem de continuarem a se expor, mesmo sabendo que não são dignas nem de seu próprio voto! Chego à conclusão que o pessoal do judiciário tem férias o ano inteiro, pois nunca soube de nenhum caso onde nossos representantes foram condenados, voltassem a viver somente com seus salários, que devolvessem aquilo que adquiriram indevidamente. Assim, sugiro que queimem nossos Códigos de Leis, que sei são um dos maiores do mundo. Sinto que agora começou o verdadeiro "Pão e circo", preparem-se!! vem mais espetáculos por aí!!
   

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Construção do futuro

Quem acompanha meu blog, sabe muita coisa da minha vida e, até mesmo, coisas subjetivas, coisas minhas. Não tenho vergonha do que escrevo, esta foi uma maneira de exteriorizar meus sentimentos.
Minha criação foi muito severa, não tinha liberdade de conversar, de fazer pergunta ou até mesmo de, dizer uma frase que não fosse como meus pais esperam que deveria ser. Procuro pensar que esse era o comportamento da grande maioria dos pais naquele tempo. Para eles, filhos, crianças eram para ficar em "seu lugar", não podiam participar de conversa, de festa, de ambientes adultos. As crianças deveriam saber o "seu lugar".
Quando tive meus filhos, desejei cria-los de maneira bem diferente. Queria que fossem meus amigos, fossem abertos, transparentes, sinceros, sabendo que estavam sob minha responsabilidade e sabedoria. Não sou diferente de nenhum pai até hoje existente, claro que nem tudo foi maravilha, tivemos nossos desencontros, os bate-de-frente de geração, enfim, as diferenças naturais da vida e do progresso tecnológico, cultural, científico, ora, essas novidades de todo dia que temos que correr atrás. Mesmo assim, sinto que aquelas diferenças que tinha com meus pais, elas ainda existem, em menor proporção, mas existem... são como pedras que encontramos no caminho, umas grandes, outras pequenas e algumas que insistem em não sair do caminho, mesmo que você tente afasta-las, sempre voltam rolando... rolando... até por baixo do sapato chegando quase escorregarmos. Essas pedras eu vejo como as contrariedades do nosso dia a dia. São os problemas do trabalho que interferem, problemas financeiros, de saúde até, emocional. Assim, quando estou vivendo um momento desse de "pedrinhas", penso de quantas "pedrinhas" meus pais tinham que se livrar? Penso, naquela época não havia crédito, para comprar tinha que ter o dinheiro, para caso de doença não havia convênio, não havia cheque pré-datado, cartão de crédito, compra pela Internet. A luta pela sobrevivência era real, viva, crua e própria.
Hoje vivemos ligados no virtual, vivemos no irreal. Só que pagamos no real!
Quanto aos assuntos sobre filhos, quero registrar que não culpo meus pais pela criação que me deram, tenho pena de não terem construído um futuro mais confiante e saudável em todas as áreas da vida.
Sei que também não fui perfeita na criação de meus filhos, mas sei que tenho uma relação mais aberta e sincera com eles, quanto à construção do meu futuro, estou em construção, em fase de por tijolo, cimento, rebocar, de repente, está fora do prumo, tenho que derrubar e recomeçar, espero que até ficar um pouco mais velha possa acertar essa construção a tempo de ver a obra feita e, linda! 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O que se esperar?

Desde quando nascemos temos surpresas com os seres humanos. Nesse tempo de vida, as pessoas me surpreenderam em todo tipo de fatos. Lembro-me quando criança de atitudes de adultos que marcaram, na sua grande maioria, como atitudes que não deveriam ser imitadas, já com meus amigos, crianças, nunca percebia esse tipo de comportamento. Nós, crianças, sabíamos qual seria a reação do outro, isso porque éramos transparentes, francos e abertos.
Com o tempo, posso dizer que as crianças continuam assim, pena que precisam crescer, com a desvantagem de adquirirem essas falhas. Por isso o título do texto é: " O que se esperar?"
O que se esperar de pessoas que são capazes de dizer o que não sentem? O que se esperar de pessoas que fogem da verdade? O que esperar de pessoas que não assumem suas idéias? O que se esperar de pessoas que não tem coragem de enfrentar as novidades que a vida lhe traz? bom, se fosse continuar com esse tipo de questões iria longe...
Estou meio que decepcionada com os homens, especialmente, do sexo masculino. Pela minha pouca experiência, tenho percebido que estão fugindo de muitas situações por receio de errar, por não querer sair da sua rotina, por ter que se incomodar, enfim, em ter que sair da caverna!
Outras decepções são de âmbito de posicionamento ou educação machista. As mulheres estão cada dia mais seguras, sérias, independentes, sábias, conscientes e futuristas. Porque futuristas? ora, percebo que as mulheres vivem o hoje da melhor maneira que podem, preparando-se para o que o futuro lhes reserva. Vivem conscientes que terão um futuro com outras perspectivas, prevendo suas necessidades e o que terão de bom. Prevendo outras opções de lazer, de amores, de passeios, de laços familiares e limites.
Os homens estão a cada dia mais solitários, vivem sozinhos, não sabem desfrutar da solidão, não se esforçam para buscar novas formas de serem felizes, não mudam seus conceitos e comportamentos, por isso, o que se esperar desses homens que não buscam mudanças em si mesmos para alcançarem a felicidade com igualdade e cumplicidade?