quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Despedida

Estou encerrando este blog. Realizei uma proeza que nunca pensei que seria capaz. Nunca pensei que tinha potencial para escrever, sei que não despontei como uma expert , mas dei muito de mim nesses textos. Revelei muitos segredos, dores, alegria, saudade, sonhos e sabedoria.
Dedico essa produção aos parentes mais próximos e amigos que me deram força e ânimo para continuar escrevendo. Sei que tenho muito a aprender.
Nesses textos expus muita coisa pessoal, familiar e íntima. Revelei segredos que agora são públicos.
A intenção desse Blog foi somente fazer um teste, pois não me sentia competente em produzir textos para lerem, na escola nunca despontei como aluna de redação.
Vou ser bem modesta, mas gostei da minha produção, principalmente em registrar lembranças da infância, da adolescência e da atualidade. Sei que em muitos textos exponho minhas dores, minhas decepções. Sinto que essa atividade de escrever, foi uma terapia. Relendo os textos sinto que cresci em todos os aspectos da vida.
Deixo esta lembrança para as pessoas mais queridas, que fazem parte da minha vida, grande parte delas não são citadas nos textos, são marcadas a ferro no meu coração.
Agradeço o apoio de pessoas que tornaram meus seguidores e aos que postaram comentários.
Agradeço aos meus filhos pelas palavras de entusiamo e surpresa em ler meus textos, descobrindo uma nova face da mãe.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Lembranças de colégio

Sou da geração que iam para escola a pé, com sol, chuva, frio ou calor... nem se cogitava em alguém nos levar. Todos estavam ocupados, cada um com sua obrigação. Nossa obrigação como jovens, era ir para a escola e cumprir nosso papel, sem trazer problema ou preocupação. Isto tudo era tão normal que nem se pensava em pedir algo que saisse da rotina. Nunca meus pais foram me avisar que era hora de ir para a escola, nem perguntavam se tinha tarefa? se era dia de prova? que nota tirei? queriam saber se tinha passado de ano, só isso!
Mesmo levando uma vida escolar afastada dos comentários domésticos, sempre fui boa aluna, pela minha visão de hoje, até um pouco "caxias" demais! no entanto, não me arrependo, pois nunca perdi um dia de férias ou fui repreendida.
Este assunto surgiu porque esses dias recebi uma mensagem por uma dessas rede sociais virtuais de uma colega de escola que nunca mais tive notícias, essa tecnologia não é só futurista, ela também busca o passado.
Desde quando recebi essa mensagem tenho vasculhado meu disco rígido da memória na busca de lembranças daquela época. Sinto e tenho medo de sofrer em não lembrar muita coisa, assim estou pensando o que poderia nos levar a esquecer um tempo de nossa vida que convivemos exclusivamente com pessoas que passavam por mudanças físicas, psicológicas, emocionais, familiares e descoberta. Tempo esse que tinha só para trocar informações entre nós, tempo de ajustes, de paixão e de decepção. Tempo de aprender as ciências sistematicamente estruturadas, de viajarmos por vários mundos, lembro das aulas de latim, que para mim era muito difícil, algo incompreensível, medo da professora de inglês, dona Olimpía, que discutia textos em inglês, exigia a interpretação, eu que tinha vindo de uma cidade pequena onde a professora ensinava só o verbo to be.  Imaginem minha situação, busquei aulas particulares. Nosso uniforme era padronizado, sem nenhuma distinção de pessoas, todos eram obrigados a usá-lo.
Lembro-me das brincadeiras, das conversas na sala, sem nunca ultrapassar o limite ou incomodar o professor.
Sinto, estou mesmo me esforçando para lembrar mais dessa época, quero buscar fatos que possam me alegrar desse tempo que é tão importante. Sinto muito em ter poucas lembranças.     

Reflexão novembrina... rsrsss

Olá Amigos, estou de volta. passei um tempo afastada, agora com a aproximação do final de mais um ano, começo a refletir sobre a vida.
Meus seguidores e amigos sabem que não sou muito amiga de "festas de final de ano", penso que deveríamos festejar o ano todo, todos os dias... esses dias marcados como finais de ano, são para marcar o tempo e a vida é inteira, sem limitação de dias, sem marcas de dias, meses ou ano.
Pensando no futuro, fico me colocando na fila das pessoas que vão passando pela vida. Olho para trás, me vejo jovem, longe... sem saber que a vida estava escorrendo... indo embora... Por enquanto, não encontrei nada para me arrepender. Por vezes, penso que poderia ter relaxado mais, ter aceitado mais levar a vida na brincadeira! Mesmo assim, valeu! Hoje, sou tranquila, alegre, segura.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fazer na vida!

Por esses dias de feriadão, pensei muito sobre as coisas boas da vida. Tive tempo para fazer uma avaliação do que vivi e o que realizei. Entre tudo isso que vivi e passei tirei algumas coisas que foram muito boas. Assim, pude pensar no que poderei querer daqui para frente. Tenho que ter consciência das metas a serem sonhadas. Então passei a refletir sobre o que poderia fazer de bom. Comecei pelas coisas mais próximas, pensei em terminar de arrumar minha casa, retomar alguma atividade física, participar mais efetivamente de uma Igreja, estabelecer-me com mais segurança no trabalho, economizar uma grana, bom, com essas coisas em dia, poderei pensar nos planos futuros.
Nunca viajei para a Europa, sempre pensei mas, com o tempo estou ficando morna quanto a viajar. Penso que deveria deixar esse sonho para trás. Não temos só a Europa para conhecer.
Lendo sobre dicas de turismos na Internet, descobri que temos lindos passeios sem ser a Europa. Assim, fiquei mais enrolada, no final acabo ficando por aqui mesmo.
Voltando ao que desejo ainda fazer na vida, está um passeio de balão sobre as savanas do Quênia.
Passar um dia no Palácio de Versalhes, nesse quero ficar horas e horas admirando seus detalhes... seu jardim... não sei se um dia será suficiente.
Assistir um show do Moulin Rouge.
Viajar pelo Vale do Rio Douro em Portugal.
Agora, relendo as viagens que gostaria de fazer, fiquei preocupada se terei tempo hábil para tudo isso!! Pois, entre tudo isso, terei que trabalhar, pagar conta, atender a família, cuidar de mim... fazer as caminhadas... consultas médicas periódicas... namorar... assim, cheguei à conclusão de enxugar meus sonhos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Marte versus Vênus

Depois de ler o livro "Os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus", percebo mais claramente as diferenças entre os homens e as mulheres. E, cada dia que vivo agradeço a Deus por ser Mulher. Somos muito mais comunicativas, alegres, tristes sem medo, desfrutamos das belezas da natureza sem preocupação de ser piegas, somos multi na execução de tarefas, enfim, estamos sempre ligadas com os sons e movimentos à nossa volta.
Convivendo muito tempo com minha filha, trabalhando com mulheres, estou muito feminina, quer dizer, estou com todas as nossas características fortes, mais desenvolvidas e acentuadas.
Quando tenho que participar de alguma situação que aparece um ser de Marte, as coisas ficam meio que complicadas, sinto que os homens estão lentos. Ao mesmo tempo em que sinto-os mais sensíveis, cuidadosos, despertando para coisas que eram exclusivamente femininas, como gostar de cozinhar, decoração e certos confortos.
Quanto ao homem, como companheiro, encontro certa resistência em demonstrar que é bom ser calmo, atencioso, doce. Imagino que ainda são ou querem ser independentes, viver ao seu gosto. Resistem por um tempo, a falta da mulher como companheira é muito forte. O tempo passando... a vida indo... grandes projetos sendo realizados, filhos crescendo e, indo... e nós, tanto homens como as mulheres, olhando as diferenças, com vontade de entregar os pontos!! No final, chegamos à conclusão que é bom entregar os pontos e viver compartilhando essas diferenças. São diferenças que apimentam o conviver, que agitam os neurônios, que alimentam criações, que incitam novas alternativas e, assim movimentam o relacionamento.
Viver no marasmo ou na mesmice é muito chato e desanimador.

sábado, 11 de setembro de 2010

Cheiro de Primavera

Tenho amigos virtuais que sempre converso pelo MSN. Busco inovar meus comentários para vez ou outra despertar interesse nas frases que publico. Percebo que muitos colocam frases que refletem seu estado de espírito, outros com frases de fundo moral, sentimental, assim cada um vai mostrando sua interpretação das suas emoções, seja de decepção, de desencanto, de entusiasmo, de dor e assim vai...
Ultimamente, coloquei uma frase que lembrava a chegada da primavera, muitos nem perceberam que era uma referência à primavera. Perguntavam por que estava tão romântica? Outros perguntarm o que tinha acontecido, surgido um novo amor? Ninguém fez menção à mudança de estação. Isso deixou-me triste, pois as pessoas estão envolvidas com outros afazeres que nem percebem as estações do ano passando, percebem somente, se está muito calor ou se está muito frio... eu, se pela vida que tiver, fico ligada nessas mudanças da natureza. Sinto claramente as estações, seja outuno, inverno, primavera ou verão... percebo suas características na nossa vida. Posso dizer que essa passagem do inverno para primavera é uma fase muito forte, sinto dias de vento seco, noites secas e frias e um certo perfume no ar.
Perfume das florada das pitangas, dos jamins estrela, parece que as flores estão com pressa de se exibir. Parecem que querem ser vistas, os ipês estão pesados de tantas flores, as azaléias são de uma cor, são as cor de rosas, as brancas, as roxas e as famosas trepadeiras com seus cachos em variadas cores, enfim, estão fazendo de tudo para serem notadas!!!
Fico triste pela ausência da atenção das pessoas com a beleza das flores, por não perceberem que a cada primavera que deixam passar sem desfrutar das belezas gratuitas, suas vidas também estão passando com menos entusiasmo, menos perfume e assim podem terminar sem saber das belezas que temos ao nosso redor.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pedacinhos de panos - Amor

Colcha da Taty e Mateus
Fui criada numa época onde as meninas tinham suas funções bem definidas. Sem perceber e, ocupando esse espaço, cresci fazendo e aprendendo a desempenhar essas funções da melhor maneira possível. Desde que me lembro, quando menina sempre me interessei por aquilo que era feminino. Hoje, vejo o quanto as brincadeiras masculinas, não me interessavam, fui entender e saber alguma coisa de futebol, depois de bem crescida, vendo televisão.
Em casa, eu e minha irmã, tínhamos tarefas definidas dentro de casa. Não interessava se minha mãe tinha ajudante em casa, das nossas tarefas não escapávamos.
Quanto a aprender os trabalhos manuais, sempre tive curiosidade e gosto de aprender. Posso dizer que sei cozinhar muito bem, cuidar da casa em todas suas áreas, fazer crochê, tricô, bordar a mão, trabalhos de colagem, pinturas e moldelagem, macramê, costurar e cuidar das plantas, além disso tudo, sempre admirei o patchwork, mas nunca tive a chance de aprender.
Agora, encontrei tempo e finalmente comecei a fazer o patch. Posso dizer que não sei nada, ainda. Mas peguei o gosto, fico contando as horas para entrar na minha sala de costura (chique, hein!!). Lugar esse que é meu refúgio, onde não vejo o tempo passar, onde entro sem saber o que vou criar, só sei que esqueço das preocupações, do tempo, fico envolvida com os "paninhos".
Nesse tempo, ligo o rádio, ouço músicas que me embalam, me remetem, por muitas vezes ao passado, com boas lembranças.  Durante essas horas, que não vejo passar, vou criando peças com os "paninhos", peças que muitas delas acabo vendendo, outras são presenteadas, outras são produzidas diretamente para quem eu desejo deixar uma lembrança. Só sei que tenho deixado muitas lembranças, que vão desde mantas para meus sobrinhos-netos, toalhas para as sobrinhas, bolsas, necessaires, almofadas, trilhos de mesas, cortinas, etc. 
Esses trabalhos, tem me dado muito prazer, sinto-me útil, produtiva e criativa. São essas criações que tomam o tempo de solidão, de isolamento e de reflexão. Momentos que penso na vida, sobre a vida e suas surpresas... 
Quando estou sozinha, subo logo que me vejo livre dos afazeres domésticos, sou surpreendida em determinado tempo pela Lola e Duna, as companheiras caninas, que acordam, sabem que estou por ali e vão pedir para sair, ou para eu descer. Vejo que já se passou um bom tempo, que elas têm razão em querer sair. Assim, saimos. Vamos tomar um sol, respirar o ar de renovo, buscar arejar! Elas fazem suas necessidades, bebem água, comem, brincam e ficam lá embaixo. Se vejo que ainda posso continuar meu trabalho, volto e retomo.
Sei de uma coisa, não gosto de receber encomenda definida, dizendo como querem que seja a peça, pois nunca sei o que e, como farei a peça quando entro na sala de costura, nem o que vou fazer, só sei que vou fazer uma peça...vou postar algumas para vocês avaliarem. 
Quero dizer que produzir fazendo ou unindo pedacinhos de panos, é uma maravilha, sinto-me feliz em criar arte com cores, textura e geometria. Tudo isso finaliza com amor!  


Toalha da churrasqueira

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Brasil, país de eventos!!

Desde que me lembro, vivemos de acontecimentos que todo país se envolve. Somos um povo muito hospitaleiro e festivo.
Com o passar dos anos, fui relacionando esses acontecimentos com fatos que sempre ocorreram nos grandes impérios da humanidade. No Egito, havia a construção das pirâmides como meta teocêntrica para agradar aos deuses. Na Grécia, as competições esportivas entre as cidades-estados, envolviam todos os cidadãos. Roma, com seu Império gigantesco, havia guerras de conquista, dominação e a garantia desse império eram os eventos calculados belicamente para manter essa dominação. Os eventos eram tão bem programados e preparados que os dominados não percebiam que eram manipulados, explorados e muitas vezes atores desses eventos de forma cruel. Esses acontecimentos do passado são citados até hoje como fatos absurdos e de baixo valor moral e ético. 
Voltando ao presente, esses acontecimentos que relatei acima, não estão longe dos nossos dias. Vejo assim, início do ano: festa pelo ano novo, férias escolares, férias forenses, férias dos legislativos (municipal, estadual e federal), férias dos funcionários públicos (na grande maioria), carnaval, bom isso já é fevereiro, passara-se quase dois meses e o país está curtindo férias, esperando o carnaval, quem será a Campeã da Avenida? Em seguida, Semana Santa, com mais uns dias de folga!! isso com o início das atividades forenses e legislativas a passos lentos... com alguns novos escândalos, com aberturas de novas CPIs, o Ministério Público fazendo-se aparecer com denúncias. O tempo passando.
Nossa, esqueci! esse ano tem Copa do Mundo, estaremos ligados e em contagem regressiva. A torcida para o Brasil ser novamente campeão é geral, o assunto em todas as rodas de conversa gira em torno do novo técnico da seleção, da convocação dos jogadores, da escolha desses "heróis", entra até as previsões dos videntes, precisamos ganhar essa Copa!! Caminhando junto vem os conchavos para a escolha dos candidatos a vários cargos legislativos que também serão escolhidos esse ano, mas como pensar nisso se temos a Copa para vencer? como pensar ou conversar sobre candidatos se tememos que nosso técnico não escolheu um jogador muito famoso? como ler sobre eleição e seus personagens se temos mais um escândalo estourando em Brasília? ora esse escândalo é continuação do anterior... mas a mídia não tem espaço para expor esses fatos, precisa divulgar a Copa do Mundo, a corrida de Fórmula I, a estrela da Televisão que separou de seu marido, os escândalos do presidente de um país longe... sim, nossa verdadeira situação não importa, não temos tempo para mostrar o que convem aos nossos brasileiros fora de sua própria realidade nacional.
Andando pela cidade, isso após a Copa do Mundo, verifico que nosso legislativo está trabalhando, sim, "trabalhando" em causa própria, como sempre. Estão todos com a mão na massa. Massa humana, massa popular, massa que rende votos, estão todos envolvidos em eventos que possam distrair essa massa. Será que já não distrairam bastante? além desse tempo de envolvimento em Copa do Mundo, Fórmula I, o tempo que tomam dos campeonatos regionais, estaduais e nacionais já não são suficientes? carnaval? festas religiosas? agora mais esse tempo de propaganda eleitoral! Vejo carros totalmente descaracterizados, por adesivos e alto falantes divulgando as "benesses" dos bons homens que querem seu voto "para cumprir a tarefa de legislar", "para defender os interesses das classes menos privilegiadas" e, assim vai... gostaria de ter por um dia, o poder de pegar esses "bons homens" que estão "legislando" em favor das classes menos privilegiadas, para torná-los personagem dessas classes tão defendidas. 
Vejo as propagndas, de muitos que acompanho sua trajetória, analiso essas pessoas. Nem em sonho teriam meu voto, mas mesmo assim chego a ter admiração, sabem por que?  pela coragem de continuarem a se expor, mesmo sabendo que não são dignas nem de seu próprio voto! Chego à conclusão que o pessoal do judiciário tem férias o ano inteiro, pois nunca soube de nenhum caso onde nossos representantes foram condenados, voltassem a viver somente com seus salários, que devolvessem aquilo que adquiriram indevidamente. Assim, sugiro que queimem nossos Códigos de Leis, que sei são um dos maiores do mundo. Sinto que agora começou o verdadeiro "Pão e circo", preparem-se!! vem mais espetáculos por aí!!
   

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Construção do futuro

Quem acompanha meu blog, sabe muita coisa da minha vida e, até mesmo, coisas subjetivas, coisas minhas. Não tenho vergonha do que escrevo, esta foi uma maneira de exteriorizar meus sentimentos.
Minha criação foi muito severa, não tinha liberdade de conversar, de fazer pergunta ou até mesmo de, dizer uma frase que não fosse como meus pais esperam que deveria ser. Procuro pensar que esse era o comportamento da grande maioria dos pais naquele tempo. Para eles, filhos, crianças eram para ficar em "seu lugar", não podiam participar de conversa, de festa, de ambientes adultos. As crianças deveriam saber o "seu lugar".
Quando tive meus filhos, desejei cria-los de maneira bem diferente. Queria que fossem meus amigos, fossem abertos, transparentes, sinceros, sabendo que estavam sob minha responsabilidade e sabedoria. Não sou diferente de nenhum pai até hoje existente, claro que nem tudo foi maravilha, tivemos nossos desencontros, os bate-de-frente de geração, enfim, as diferenças naturais da vida e do progresso tecnológico, cultural, científico, ora, essas novidades de todo dia que temos que correr atrás. Mesmo assim, sinto que aquelas diferenças que tinha com meus pais, elas ainda existem, em menor proporção, mas existem... são como pedras que encontramos no caminho, umas grandes, outras pequenas e algumas que insistem em não sair do caminho, mesmo que você tente afasta-las, sempre voltam rolando... rolando... até por baixo do sapato chegando quase escorregarmos. Essas pedras eu vejo como as contrariedades do nosso dia a dia. São os problemas do trabalho que interferem, problemas financeiros, de saúde até, emocional. Assim, quando estou vivendo um momento desse de "pedrinhas", penso de quantas "pedrinhas" meus pais tinham que se livrar? Penso, naquela época não havia crédito, para comprar tinha que ter o dinheiro, para caso de doença não havia convênio, não havia cheque pré-datado, cartão de crédito, compra pela Internet. A luta pela sobrevivência era real, viva, crua e própria.
Hoje vivemos ligados no virtual, vivemos no irreal. Só que pagamos no real!
Quanto aos assuntos sobre filhos, quero registrar que não culpo meus pais pela criação que me deram, tenho pena de não terem construído um futuro mais confiante e saudável em todas as áreas da vida.
Sei que também não fui perfeita na criação de meus filhos, mas sei que tenho uma relação mais aberta e sincera com eles, quanto à construção do meu futuro, estou em construção, em fase de por tijolo, cimento, rebocar, de repente, está fora do prumo, tenho que derrubar e recomeçar, espero que até ficar um pouco mais velha possa acertar essa construção a tempo de ver a obra feita e, linda! 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O que se esperar?

Desde quando nascemos temos surpresas com os seres humanos. Nesse tempo de vida, as pessoas me surpreenderam em todo tipo de fatos. Lembro-me quando criança de atitudes de adultos que marcaram, na sua grande maioria, como atitudes que não deveriam ser imitadas, já com meus amigos, crianças, nunca percebia esse tipo de comportamento. Nós, crianças, sabíamos qual seria a reação do outro, isso porque éramos transparentes, francos e abertos.
Com o tempo, posso dizer que as crianças continuam assim, pena que precisam crescer, com a desvantagem de adquirirem essas falhas. Por isso o título do texto é: " O que se esperar?"
O que se esperar de pessoas que são capazes de dizer o que não sentem? O que se esperar de pessoas que fogem da verdade? O que esperar de pessoas que não assumem suas idéias? O que se esperar de pessoas que não tem coragem de enfrentar as novidades que a vida lhe traz? bom, se fosse continuar com esse tipo de questões iria longe...
Estou meio que decepcionada com os homens, especialmente, do sexo masculino. Pela minha pouca experiência, tenho percebido que estão fugindo de muitas situações por receio de errar, por não querer sair da sua rotina, por ter que se incomodar, enfim, em ter que sair da caverna!
Outras decepções são de âmbito de posicionamento ou educação machista. As mulheres estão cada dia mais seguras, sérias, independentes, sábias, conscientes e futuristas. Porque futuristas? ora, percebo que as mulheres vivem o hoje da melhor maneira que podem, preparando-se para o que o futuro lhes reserva. Vivem conscientes que terão um futuro com outras perspectivas, prevendo suas necessidades e o que terão de bom. Prevendo outras opções de lazer, de amores, de passeios, de laços familiares e limites.
Os homens estão a cada dia mais solitários, vivem sozinhos, não sabem desfrutar da solidão, não se esforçam para buscar novas formas de serem felizes, não mudam seus conceitos e comportamentos, por isso, o que se esperar desses homens que não buscam mudanças em si mesmos para alcançarem a felicidade com igualdade e cumplicidade?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Festa de casamento

Enfim chegou o dia do casamento de meu filho, fiquei muito feliz e vi tantas pessoas felizes que gostaria de ter, pelo menos, mais uns dois filhos para casar e fazer festa...
Esses meses de preparativos foram essenciais para desfrutar de todos os momentos. Desde que me casei, não havia acompanhado um casamento. E, isto foi há muito tempo... olhar os dois centrados no compromisso que estavam assumindo foi emocionante.
Do altar, enquanto, o diácono realizava a cerimônia, observava os amigos e parentes, que assistiam. Fiz um breve resumo das vidas ali presente. Vidas com suas histórias de luta, de alegrias, surpresas, desilusões, mudanças jamais pensadas, somos realmente, peças de um tabuleiro.
Os noivos pareciam estar sozinhos naquele lugar, tal era o envolvimento com a cerimônia. Pareciam fora da realidade, tão grande era a concentração e satisfação pela realização de algo muito esperado.
Nós, os pais dos noivos, sentimos a concretização de uma etapa na vida. Nossos filhos adultos, realizados profissionalmente, unindo-se com a pessoa que escolheram, num momento solene que tenho certeza, que será para sempre lembrado com muita emoção.
Particularmente, posso dizer, que senti-me feliz, dizia aos amigos: "entrarei na igreja com um lindo jovem que muito amo!" senti-me envaidecida e orgulhosa.

domingo, 27 de junho de 2010

Por que tanta coisa ??

Quando estudei antropologia deslumbrei com a certeza que somos seres únicos e unos. Somos muitos, várias raças, diferentes na aparência, na cultura, nos valores, nas crenças, enfim, somos diferentes mas, iguais... entenderam? Somos iguais na constituição como seres humanos, todos nós temos uma cabeça com dois olhos, dois ouvidos, cabelos, nariz, boca, testa, mesmos ossos, dois braços, um tronco, duas pernas, enfim, somos todos iguais, mas diferentes... será que é nessas diferenças que teremos que arcar com as surpresas da vida? ou será que por essas semelhanças teremos que responder pelos pacotes que caem do céu sem aviso prévio?
Geralmente são pacotes nada agradáveis, pacotes que temos que desembrulhar com o máximo de cuidado para não sobrar para os outros. Pacotes na sua grande maioria explosivos, tipo problema de saúde para um ente querido, falta de grana, desilusão amorosa, decepção, problema de outros que chegam para nos abalar ou estragar o final de um domingo tranquilo e, assim vai...
É sobre esses pacotes que quero falar. Sou uma pessoa de bem com a vida, sou muito otimista, alegre, mas ao mesmo tempo sofro muito pelo que acontece ao meu redor. São fatos que não dizem respeito, diretamente, à minha vida, mas me abalam.
Por que quanto mais velhos, mais sentimos a chegada desses pacotes? Será que com a idade nosso endereço fica mais conhecido por esses pacotes? Se for, quero voltar a ser jovem. Ou, quero ficar bem velhinha para não saber de mais nada. Sempre pensei que quando fosse grande, fosse mais velha, com filhos criados e formados, a vida seria mais fácil, entenderia e saberia resolver os problemas, pois teria a tão famosa "experiência", assim saberia curtir e resolve-los sem sofrimento. Para decepção minha, que nada, tenho os mesmos ou até maiores e piores pacotes para desembrulhar agora, pacotes que para desembrulha-los deveria ser várias ao mesmo tempo, essa conversa de seres únicos e uno, não dão conta na solução desses pacotes, pergunto: o que fazer?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Navegando com papel!!

Nossa mente é uma caixa de muitas surpresas. Penso que os cientistas não desvendaram todos seus mistérios, por estar sempre em mudanças, em transformação ou melhor dizendo, em adaptação. Digo isso, por várias razões. Uma delas, no seu poder de armazenamento de informações, que são transformadas em conhecimento frio e calculado, em sentimentos de vários tipos (ciúme, amor, desejo, inveja e outros), assim nossa mente é constantemente exigida nas mais variadas funções.
Falo isso porque vivi uma experiência que exigiu muito da minha mente. Fui organizar umas fotografias para fazer uns quadros decorativos. Aproveitei os dias que estava sozinha e fui vasculhar os álbuns de fotos, fui até àquele mais velho, aquele onde as fotos são em preto e branco, fixadas por cantoneiras de papel, outras coladas em papel cartão com folha de seda trabalhado, muitas desbotadas do colorido vencido pelo tempo e mais algumas recentes que sobraram dos álbuns virtuais. Depois que começamos a guardar as fotos nos computadores, fiquei sem recurso de viajar no tempo, sem poder sentir saudade com o fato na mão... saudade de um tempo perpetuado pela magia de Lumiere.
Nessa seleção de fotos, viajei desde quando nem me conhecia, nem sabia que existia até os dias atuais. Passei por festas de família, como o Natal, com os primos todos reunidos num sofá com a Lili por testemunha, com meus parentes mais distantes, em momentos cotidianos, alguns de lazer com amigos, em viagens, imaginem vocês que encontrei fotos de um tempo que era bem jovem e bem bonita, onde desfilava como modelo!! fotos dos meus pais quando jovens e animados com a vida, cheios de esperança, alegria e vitalidade. Meu pai era um homem bonito, simpático, gostava de festas, de dançar, de amigos, hoje, está desiludido, desencantado, cansado, desmotivado, está como nunca pensei que alguém poderia ficar. Minha mãe, ah! como era linda!! tinha um ar de lady, era uma mulher altiva, de linhas clássicas, fina, ninguém sabia que ela era tão bonita.
Vendo essa seleção de fotos, viajei por vários momentos e épocas, voltando a falar da nossa mente, percebi que não preciso de um computador para navegar no tempo, basta ter fotos em mãos que a nossa mente faz o resto!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Minhas visitas

Gostaria que esse espaço fosse de discussão de algum tema. Devo ser uma pessoa que necessite de mais tempo de vida para decidir esse tema, vocês terão que ter paciência.
Relendo os textos postados, verifiquei que falo muito sobre ser só, sobre filhos, sobre infância, aniversários, casamento, enfim, falo de muita coisa, mas de nenhum em específico. Tenho pensado muito em definir um assunto, estou mais propensa a continuar a escrever sobre fatos do cotidiano. Assim vou escrever sobre alguns visitantes que temos aqui em casa.
Minha casa fica num lugar bem tranquilo, sinto-me uma pessoa privilegiada, mesmo morando numa capital. Tenho muito verde perto, da janela de minha cozinha admiro as enormes araucarias, que me presenteam sempre com alguns frutos. Admiro outras árvores lindas pela sua idade e serenidade, parecem seguras de suas posições, parecem que não tem com que preocupar, em certos momentos, chego a pensar que sabem de situação e seu papel nesse mundo. Além desse conforto na janela da cozinha, no espaço reservado para as crianças brincarem, temos mais umas três enormes araucarias, dizem que devem ter uns 300 anos, estão cada dia mais lindas, produzem frutos lindos.
Sou presenteada com o canto dos pássaros em toda época do ano mas, quando chega a primavera a coisa pega!! todas as aves se acham no direito de mostrar suas habilidades. As sabiás, são as mais barulhentas, nem clareou o dia, estão cantando... cantando... parece que ficam à espera para começar a se exibir, a conquistar, a fazer acrobacias, nesse entuasiasmo de conquista e corte, somos acordados todas as manhãs com o canto dessas escandalosas e desesperadas aves num tempo de procriação. Além das sabiás temos os canários da terra, as curruiras, os sanhasos, bem-te-vis, beija-flores, tucanos que aparecem em bandos, sairás, joão de barro e muitos outros que não sei o nome.

Pensava que já era o suficiente, para surpresa me aparece um casal de jacutinga, vieram conhecer minha casa, chegaram até na garagem e fizeram do nosso bosque seu lar. Para retribuir, ficamos quietos, não importunamos os visitantes, sei que estão com mais dois integrantes, estou feliz, pois sentiram-se seguros e formaram um pequena família. Meu desejo é que fiquem por aqui muito tempo.
Sinto muito carinho pela natureza, gostaria que o ser humano fosse sublime no entendimento de viver em paz e harmonia com a natureza.

domingo, 16 de maio de 2010

Rapidez da vida

Estudo há algum tempo as tecnologias de informação e comunicação na educação, nesse tempo tenho percebido que as inovações são muitas, acontecem com muita rapidez, sem tempo para saber ou entender do mais novo lançamento, deixando a anterior ultrapassada.
Lembro-me, quando criança, que o natal demorava para chegar, ah! o dia do aniversário então, mais ainda.
Hoje percebo que as pessoas estão sempre procurando algo novo, parece uma síndrome do querer saber o vem amanhã.  Estamos muito impacientes e, sem ver, o "hoje" vai indo embora sem nossa participação e mesmo sem desfrutá-lo. Ficamos falando da rapidez do tempo, das inovações que a indústria joga todos os dias. No presente, nossa preocupação é com o futuro e lembrando o passado, das oportunidades que perdemos, dos momentos de lazer com pessoas queridas, tenho quase certeza, que a maioria das pessoas não tem consciência desses momentos e nem quando estão vivendo-os. Posso dizer que o presente é muito fulgaz, muito esperto, disfarçado, simulado e outros adjetivos... deve ser uma artimanha da natureza, pois só assim vamos planejar o fututo, lembrando do passado, começando a mudar ou reagir para a realização dos sonhos de hoje tornarem-se realidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sonhos sonhados

Vocês me conhecem, sabem muito da minha história, de algumas passagens da minha vida. Perceberam que tive uma infância sem muito estímulo e recursos para aprender sobre arte, apesar de estudar piano por muito tempo.
Meus pais não tiveram a oportunidade de estudar mais do que era possível para a época deles, assim não tive por onde saber mais do poderia aprender lendo as revistas semanais, como "O Cruzeiro" e   "Manchete". Essas fontes foram minhas enciclopedias. Nelas sabia o que estava acontecendo no mundo, muitas coisas que a grande maioria dos meus amigos nem imaginavam, pois não tinham acesso a esse tipo de leitura, ou mesmo não se interessavam. Devo muito da minha cultura geral a essas duas revistas. Sei que gostava muito de lê-las. Gostava de sentir o cheiro do papel novo, da textura das folhas, das fotos, do colorido, sei que viajava muito pelas imagens que traziam.
Lembro-me perfeitamente, que gostava de ler as crônicas de Carlos Heitor Cony, Fernando Sabino, Rubem Braga e outros. Sei que lia tudo, gostava de saber o que estava acontecendo no mundo fora daquela cidade que vivia. Não tinha outro meio de comunicação para estar ligada aos acontecimentos e, mesmo tendo a chance de saber algo mais do que me rodeava.
Lembro-me bem, das reportagens sobre Grace Kelly, sobre o Xá da Pérsia e seus amores, sobre tapetes persas, concursos de misses, golpe militar de 1964, copa do mundo, ah! as piadas do Amigo da Onça, sei que lia tudo com muita sede de atualização e de saber algo além dos limites da minha realidade. Sei que lia e ficava tudo comigo, pois não tinha com quem comentar essas coisas maravilhosas.
Nossa, como lembro das reportagens das grandes cidades como Paris, Londres, Roma, alguma coisa da Rússia, Alemanha, Espanha, Portugal, Rio de Janeiro e São Paulo. Sobre essas cidades tenho fortes lembranças, sobre os grandes espetáculos de teatro, de balé. Sonhava em ser bailarina, brincava de balé, sempre gostei de arte, lia todas as reportagens sobre novidades e apresentações.
Sempre tive comigo que iria conhecer esses lugares, ficava horas navegando pelas páginas e fotos dessas revistas, o tempo foi passando... as chances diminuindooo... hoje percebo que essas revistas serviram para alimentar e mostrar que tem muita coisa além do que nossos olhos alcançam. O mais interessante é que sinto que esse sonho de conhecer esses lugares está já no passado, estou aceitando a idéia de ficar com essas imagens como presente de saber da existência de algo mais além do que vemos.
Sinto-me enraizada, feliz em ter esse conhecimento e mais, em ter a chance de ter acesso a esse tipo de informação num momento que precisava saber que havia muito mais coisas além dos limites do meu espaço. Hoje, satifaço-me com os limites do meu espaço, não tenho mais os sonhos de chegar a esses lugares, sinto-me feliz aqui mesmo!!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Blog na prática pedagógica

A gratuidade e a facilidade de criação de um blog em diferentes provedores, e o número significativo de jovens que acessam a Internet constituem vantagens significativas para esta proposta pedagógica. Pelo blog o aluno descobre o prazer em escrever e passa a ser reconhecido pelo que escreve.


Uma diversidade de projetos educacionais com o blog mostra que este é o caminho para a produção textual autônoma. O incentivo para que o aluno escreva, reescreva e reflita sobre sua escrita também está no blog, pois o público que lê seu trabalho publicado é grande e diversificado. O blog viabiliza e visualiza uma publicação literária, dando para um aluno autonomia e voz própria. Teresa Almeida D'Eça (2004) diz: “o blog desperta o gosto pela leitura e escrita, dá voz própria aos alunos, dá visibilidade a um trabalho e dá para o aluno um público alargado”.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Proezas da Dalila

Ah! Dalila!! que chegou em casa bem pequena, sem dentes, mal comendo sozinha, andando muito mal, penso que deveria ter menos de um mês de idade. Sua raça? ah, essa ainda não descobrimos, mesmo depois de seus 16 anos junto. Chegaram a dizer que era descendente de coelho, de rato do mato, de pincher, de salsicha, enfim, muita coisa... bom, estou falando da nossa primeira cachorrinha de estimação que apareceu em casa, ou melhor, no apartamento. Imaginem, duas crianças, eu trabalhando fora, eles com horário de escola, natação, inglês... e a cachorra pequena. Bom, tive que encarar pois, o gato que tínhamos fora embora para a fazenda, não podia ficar no apartamento, queria pegar as pombas que chegavam perto das janelas.
A Dalila foi crescendo, para nossa sorte não ficou grande, mas ficou brava... ah! isso ficou! Aprendeu a sentar, a dormir na cama dela, a fazer suas necessidades no jornal, a pedir chocolate, farejar as frestas das portas na procura de algum chocolate escondido.
Da sua braveza, vou contar algumas histórias. Meu filho tinha muitos coleguinhas de escola japoneses, vocês sabem a característica dos japoneses, são tímidos. Sempre que tinham que fazer os "trabalhos" de escola vinham em casa. Ah! era a festa para a Dalila se impor. Esses coleguinhas passavam o maior medo. A caça começava desde o momento que o porteiro interfonava avisando que os meninos estavam subindo. Ela começava a latir, era sempre a primeira que chegava na porta, isto já estava bufando, queria sangue!! o elevador parava, ela corria patinando na porta, corríamos para segurá-la, enquanto os meninos ficavam quietos encostados na parede até ela fazer a "revista", isto é, até ela cheirar todos, ver se não tinham chocolate ou se alguém se mexia. Imaginem a cena. Esses meninos hoje estão homens, formados, casando e somos amigos de muitas risadas quando lembramos desses momentos. Hoje falam que morriam de medo! e que eu dizendo que a Dalila não fazia nada, eles tinham muito, mas muito medo.
Ela ficou tão possessiva que muitos parentes deixaram de ir na minha casa por causa dela. Por muitas vezes era preciso prender a Dalila para receber um técnico de geladeira, da máquina de lavar roupa, uma amiga, ou mesmo um parente, cantar parabéns batendo palmas? nem pensar! ela ficava uma fera!!! cumprimentar alguém de casa? só disfarçadamente, ninguém podia pegar ou relar em qualquer um de nós. Quando essas pessoas saiam e a Dalila era solta, ai meu Deus! ela corria por tudo onde a pessoa tinha passado, tocado, sentado, isto na maior braveza e fungação. Queria pegar de qualquer jeito essa pessoa.
A Dalila sempre foi independente, parece que nunca soube que é uma cachorra, nunca se portou como tal. Nunca ligou para outros cachorros, sempre companheira nossa.
Hoje, com sua idade avançada, leva uma vida de conforto, está firme, surda e com muita saúde. Tem um ritmo de vida que só ela gosta. Quando vai visitar meus pais, faz a parte dela na hora de cumprimenta-los, mas logo em seguida vai para a frente da geladeira e fica esperando abrirem par ver se tem alguma coisa que a interessa. Depois vai verificar as portas dos armários para ver se tem algum chocolate escondido, se tiver, podem ter certeza que ela descobre.
Nosso conforto é que ela viveu seu tempo da melhor maneira possível, quando for embora, saberemos que vamos sentir muita saudade, mas ao mesmo tempo teremos muitas e muitas lembranças dessa Dalila, que agitou nossa casa e muita conversa.

Férias na Fazenda

Sempre tive contato com animais e com a natureza. Quando tive meus filhos sempre os eduquei para respeitar todo tipo de vida. Morando na cidade, sempre que possível, as férias de julho eram curtidas na fazenda que meus pais tinham, lembram, aquela onde cresci, de onde já contei algumas lembranças de infância.
Lá eles eram liberados para brincar descalços, subir nas árvores, ir no curral ver tirar o leite das vacas, ver um bezerro novo, ver a vacinação do gado, a marcação e até apartação. Mais perto da casa, tinham os animais domésticos, como as galinhas, os patos, perus, porcos, os gatos, cachorros, as pererecas, os pernelongos, enfim, todo tipo de animal que se aventurava a chegar perto de casa.
Nesse tempo de férias, não havia nada programado, não tinham hora para levantar, as brincadeiras eram decididas por eles mesmos. Muito importante era a convivência harmoniosa entre as crianças e adultos. Se era tempo de colher alguma fruta, lá íamos todos colher, se era para rastelar o quintal, todos se envolviam na tarefa com o maior prazer, era tudo muito descontraído, tudo muito solidário.
A vida tinha um sentido muito mais simples e fácil. Fazer pão, hummm.... era divertido, pois minha mãe fazia a massa, deixava crescer, depois ia eu para o cilindro passar a massa para enrolar os pães. Todos queriam ajudar a cilindrar. Fazer o macarrão aos domingos, era esperado com sabor especial. Torrar café, humm... era gostoso desde o momento que começava a soltar a fumaça, aquele cheiro de café é inigualável, tomar desse café é um prazer dos deuses. Imaginem que fazíamos sabão, é sabão de soda, com resto de óleo de cozinha. Doces? esses vocês nem podem imaginar como eram gostosos! Doce de goiaba, esse era a especialidade, junto com o de mamão verde, de manga, de figo, de laranja do mato, de abóbora, de pêssego, até melado, nunca esqueço o sabor do melado feito com a garapa da cana produzida lá mesmo!! Estes doces eram feitos em tacho de cobre, daqueles já bem velhos e pretos de fumaça, por fora, tudo isso no fogão de lenha. As crianças ficavam encarregadas de buscar a lenha. Toda essa agitação era sempre acompanhada por todos. Os passarinhos até se arriscavam a fazer seus ninhos no quartinho do poço, assim era chamado o lugar onde ficava o tanque de lavar roupa, o fogão de torrar café, o moinho de café.
Enquanto, nossos dias eram diluídos nessas tarefas, as crianças levavam os dias envolvidos em brincadeiras embaixo da mangueira, brincando de barro, de fazendinha, de andar a cavalo, etc.
Nesse tempo não percebia o quanto estava alimentando as lembranças de meus filhos de suas infâncias. Era tudo muito natural. Fazia com o maior prazer, sempre tinha um amigo deles para partilhar esses momentos. Sei que muitos desses amigos terão somente essas lembranças de férias. Por isso, penso sempre em viver todas as fases da vida de acordo com as expectativas da época. Sou feliz porque tenho em mente lembranças alegres e de ter proporcionado aos meus filhos esse tipo de lembrança para suas vidas inteiras.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estar só !

O que é estar só?? pensando na solidão, no estar só, vejo muitas maneiras de sentir-se assim...
Podemos estar só no meio de uma multidão, numa festa, enfim, mesmo com várias pessoas podemos ter essa sensação de sermos sozinhos.
Essa sensação é muito comum no final do dia, depois de sairmos da caverna (casa) em busca dos provimentos para a sobreviência, das batalhas diárias, vencendo vários inimigos, sejam visíveis ou invisíveis.
Depois dessa etapa vencida, vamos para nosso recanto de repouso, o quarto, a cama... nesse espaço, repassamos os acontecimentos do dia, sejam eles bons ou não, que voltam à mente para por em ordem ou mesmo fazer uma análise desses fatos como produtivos ou maléficos para nossa carga psicológica.
Que confusão!! mas logo vão entender. O que quero dizer, é que essa sensação de estar só, é sempre presente em nossas vidas. É importante termos esses momentos de solidão, precisamos ficar a sós para fazermos uma análise, sem partidarismo, com a mais pura justiça e honestidade.
Buscando nosso aprimoramento como cidadãos desse cosmo tão grande e pequeno ao mesmo tempo, quando temos em nossas mãos essa tecnologia que derrubou fronteiras, que deixamos de ser bairristas para sermos cidadãos do mundo, onde não pode-se pensar em diferenças e qualquer discriminação, somos todos seres do mesmo quintal!
Essa solidão que sinto, penso que a grande maioria deve sentir também, é uma sensação de isolamento, todos querendo ter sua caverna, sua caixa de luz colorida (televisão), seu conforto material e no prazer instântaneo.
Falo de estar só, porque nesses momentos de final de dia, são os momentos que deveríamos ter alguém para trocar figurinhas sobre o dia com todas nossas batalhas, com vitórias e derrotas.
Por estar sozinha, tenho pensado muito nessa característica do ser humano como ser social. Somos seres que não conseguimos viver sozinhos, isto provado por várias ciências, temos necessidade de ter alguém ao lado.
Pela minha vivência tenho percebido que está cada dia mais difícil encontrarmos uma pessoa que possa compartilhar uma vida de maneira harmoniosa, vejo muitos homens e mulheres sozinhos, chegam a dizer que não querem companhia, penso e pergunto: o que está mudado? por que as pessoas estão preferindo ficar sozinhos? será que ter alguém ao seu lado vai mudar suas atitudes? sua liberdade?
Devemos ser mais sábios, não é por acaso que estamos tendo a chance de viver por mais tempo, acho que Deus está nos possibilitando oportunidade e momentos de aprendizagem para tirar proveito desse tempo de vida. Vivendo-o de maneira mais consciente e consequentemente, mais felizes!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meia Idade?!!

Bom, quem me conhece sabe que não sou nada jovem, estou passando a "era" dos cinquenta!! Num dos meus momentos de solidão, de pensamento sobre a vida, o que ela faz, o que ela fez e pensando no que ela poderá ainda fazer?Cheguei à conclusão que estou vivendo a "meia-idade", mas o que é isso, "meia-idade"??
Meia-idade, poderia ser aquela idade que estamos chegando à adolescência, um tempo que não somos crianças e nem jovem... somos, como costumo falar, uns "gansepes", uma mistura de ganso com zepes... agora não me pergunte o que é "zepes"?? só sei que é coisa muito feia... desengonçada, parecendo mais uns carangueijos com seus braços e pernas compridos, que por momentos não sabem nem o que fazer com eles.
Continuando com minhas conjecturas absurdas, sei que "meia-idade" é quando não somos jovens o bastante para fazer alguma coisa sem pensar e também nem tão velhos para fazer alguma coisa bem pensada. Não sei se entenderam... mas é isso... estou na meia-idade!
Querer alguma coisa, está ficando difícil, pois tenho que pensar em coisas mais rápidas, urgentes, coisas que não podem demorar para acontecer. Tenho que pensar que o tempo passa muito depressa e estou a cada dia mais lentaaaa. . . o que fazer?
Eu tento tirar proveito de toda situação que me aparece, seja conversar com a vizinha, seja ouvir boas músicas, ver um bom filme, ir ao salão e fazer daqueles momentos, momentos de descontração, de boas risadas, estou tomando a consciência que logo, estarei fora dessa "meia-idade" onde terei que ser muito cuidadosa, terei que ir bem mais devagaaarrr. . . assim, percebo que a própria natureza se encarrega dessas mudanças de atitudes e posições na vida.
Estou valorizando mais até as estações do ano, estou entendendo e tirando o que tem de melhor em cada uma delas. Morando numa região de mais frio, mais chuva, sinto bem essas fases do ano. Estamos no início do outono, nosso clima mudou, chegou a chuva, o sol está mais distante, mais frio, parece que está se despedindo por um tempo. Os pássaros estão preocupados com a comida, começando muito cedo sua labuta pela sobrevivência, mas em silêncio. O canto está para as horas de sol, de flores, de sementes, de paixão. Agora a preocupação é de sobrevivência.
Meia-idade parece o outono da vida, sabemos que estamos passando e sabemos o que vem no futuro. Não quero olhar somente pela ótica pessimista, devo olhar pela vantagem de chegar até aqui e poder programar mais. Poder pensar que vou ficar mais velha, mais sábia, mais calma, compreensiva, dócil, só não quero ficar fria... insensível, quero chorar, mesmo vendo um filme de romântico e sabendo que nunca mais me apaixonarei.
Meia-idade é perceber que não se tem mais conserto para as rugas, para a queda de cabelos, para uma dores surpresas, para as insônias, para o esquecimento dos recados, dos números de telefone, dos nomes das pessoas, das datas de aniversários, mudança do corpo, os sapatos machucam e assim vai indo. . .
Desejo a todas as pessoas de meia-idade que sejam felizes, não importa como, mas sejam. Quem não conseguiu sua felicidade, deve lutar para alcança-la, mesmo que seja depois da meia-idade, mas nunca deixem de lutar pela felicidade.

sábado, 27 de março de 2010

Lembranças de casa!!

Hoje não sei porque motivo, tive uma lembrança da infância, daquela da cidadezinha que morei quando tinha uns 10 anos, cidade que estava nascendo. Lembro-me perfeitamente, não tinha um metro de calçada, asfalto, nem pensar!
Morávamos numa casa de madeira, nova, pintada a óleo de verde claro por fora, dentro de gelo. Tinhámos 3 quartos, um banheiro... é, um banheiro. Nunca tivemos problemas, tudo era muito bem claro, não podia sair e deixar bagunçado, havia uma disciplina sem protesto. Todos tinham suas obrigações.
Um dia de cada um de bombar água para a caixa, pois a água era depositada num reservatório e, depois para a caixa que distribuia nas torneiras.
Casa de assoalho encerado, lustrado com escovão, fazíamos limpeza "todos" os dias! Na cozinha eram dois fogões, um a gás e outro de lenha, o a gás para emergências. A lenha vinha da fazenda, era guardada num quartinho de despejo coberto, pois a lenha não podia ser molhada. Ah!! o dia que vinha a lenha... era puxado, dia de jogar a lenha da caminhonete para o quintal, do quintal em ordem e arrumada para dentro do quarto de despejo.
Neste quarto era guardada todo tipo de ferramentas e vez, ou outra, uma galinha que escapava da morte, fazia seu ninho e algumas vezes até chocava. Teve uma vez que minha irmã tinha uma patinha de estimação, a Kuti. Essa patinha foi adotada pela galinha que estava vivendo de lucro, como filha. O tempo que a galinha ficava no ninho chocando os ovos, a Kuti ficava ao lado, puxando os ovos para baixo do papo, querendo fazer o mesmo que a "mãe" galinha fazia... era muito bonito ver a ligação das duas! A paciência da galinha com a "filha".
Quando vou lavar roupa, ou melhor, colocar a roupa na máquina, lembro como minha mãe lavava as roupas. Bom, para começar as roupas eram na sua maioria brancas, as de cama, as roupas de baixo, como diziam, havia anáguas, combinação, pijamas, cuecas de tecido, essa roupa era lavada com todo cuidado para manter-se branca como neve. Para isso, tinha que passar por um momento de ficar exposta ao sol, era a hora de coarar a roupa. O coarador era um estaleiro, geralmente, de bambu coberto com uma forragem verde. Não podia deixar a roupa secar, tinha que ser molhada para o sol tirar as manchas e clarea-las... Depois de prontas, a última água era com anil, um corante que dava uma tonalidade azul nesse branco de doer os olhos!
Sempre falo que roupa no varal é um espetáculo, que estender roupa é uma arte, podem rir, mas acho lindo roupas no varal ao vento.
Ir para a escola que era longe, nem se pensava que o pai ou a mãe poderia nos levar, nunca nos chamaram de manhã para ir à escola. Estivesse frio ou calor, era rotina e nem se pensava em engabelar, gostávamos de ir para a escola, um colégio público. Na volta, a turma vinha brincando, vez ou outra pegávamos carona com as carroças que passavam, foi uma época de muita alegria e pureza. Meus pais não tinham tempo e nem conhecimento para acompanhar nossos estudos, não tinha essa de saber se tinha tarefa, nossa obrigação era ir bem e passar de ano.
Hoje quando vejo que vivi, passei por tudo, fico feliz, dou graças a Deus em ter vivido esse tempo.
Minhas lembranças alimentam meu hoje, tenho certeza que irão me alimentar por mais tempo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Companhia

Depois de muito tempo afastada do blog, por motivos que não dependiam de mim... estou com muita vontade de por os assuntos em dia.
Primeiro, nesse tempo passei por momentos de reflexão, de alegria, de decepção, de novas descobertas, de aprendizagem...
O ano passado foi um ano de muitas alegrias, me senti livre e foi um ano que considero como marco de uma nova pessoa. Valeu as experiências que vivi, aprendi e sou mais segura, sem medo do desconhecido, sei dos cuidados que devo ter para não sofrer.
Estou tentando ser produtiva como estava, concordo com os poetas que dizem que o Amor é que move o mundo, esse amor pode ser de várias formas.
Com os "novos moradores" estou curtindo de parceria o amor maternal, ao mesmo tempo, o amor filial também está em alta, sinto meus filhos mais presentes em minha vida. Agora que estão adultos, seguindo, cada um seu caminho. Sinto-me como importante coadjuvante nessa caminhada, isto preenche uma lacuna importante, não me sinto tão sozinha. Mesmo assim, sinto que temos que ter uma companhia que preencha os momentos de solidão, momentos de escuridão, de silêncio, de sinceridade, momentos de abertura da alma, de troca de confidências, de cumplicidade e companheirismo... com uma pessoa que lhe faça bem.

sábado, 20 de março de 2010

Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira! (Cecília Meireles)

Está chegando o dia de meu aniversário... ai...ai... até que gosto de festa, mas quando começa a subir o número de velinhas... ai...ai... estou ficando preocupada. O tempo passa, deixando suas
marcas.

Marcas de expressão, marcas de sol, marcas de lembranças boas e ruins, marcas que muitas vezes não queremos lembrar. Não posso reclamar desse tempo vivido, posso dizer que tudo valeu a pena ser vivido. Aprendi muita coisa, sei que devo ter sabedoria para usufruir dessa aprendizagem.

Hoje sou uma pessoa de bem com a vida, não brigo com as fases da vida, com as intempéries naturais que passamos. Encaro tudo de maneira normal buscando entender suas causas e tirar proveito dessas novidades.

Assim, com mais um ano de vida, tenho que tirar proveito e viver melhor que o ano anterior. Vou atrás de meus sonhos e projetos, que não fico sem viver, sem objetivos, assim me sinto viva. Tenho por princípio que tudo que somos e temos, começam com sonhos, planos e ações. Sem medo de mudanças e do desconhecido.


"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira", frase de Cecília Meireles, retrata bem o que penso sobre os anos vividos, aprendi a tirar proveito de tudo que vivo, sinto que estou cada dia mais forte, como se realmente esse tempo renovasse minhas energias e sabedoria, sinto-me inteira e consciente do que me espera.

Quanto a festejar essa data penso que este ano estou mais para curtir em casa com meus filhos e amigos sem nenhuma cerimônia, tudo na simplicidade, na certeza de haver muita sinceridade, harmonia e paz. Paz para comemorar a vida e suas surpresas!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Novos moradores!


Depois de um longe tempo, voltei... outra hora conto a novela da instalação da Internet em casa. Agora vou contar sobre os cinco novos moradores. A Lola, nossa cachorrinha vira-lata, criou, veio com a surpresa de vir logo com cinco, três meninas e dois meninos. A Lola tem dois anos, já é adulta e mãe, posso dizer muito responsável e cuidadosa.
O período de gestação foi tranquilo, tirando nossa ansiedade em saber quantos viriam e qual o sexo dos pequenos. Passaram-se 60 dias, até que resolveram da a cara no novo mundo... como estava sozinha e resolveram nascer à luz do dia, tive que acompanhar tudo, já que eram só nós duas em casa.
O ser humano complica demais, a Lola quando começou a sentir os sinais de parto, tratou de ficar na cama, quieta.
Percebi o quanto os animais são ligado à natureza, nessa hora é nítida o relaxamento, a confiança naquilo que é natural.
Foi emocionante assistir o nascimento, em duas horas nasceram os cinco. As contrações vinham naturalmente, o nascimento acontecia no silêncio, silêncio comparado ao momento de descanso dos habitantes de uma floresta ou silêncio do fundo do mar. Ela cuidou de cortar o cordão umbilical, livra-los da bolsa, limpa-los do líquido e ensiná-los a se alimentar, pois assim que percebia que o pequenino estava bem, procurava uma tetinha e o encaminhava para mamar.
Emocionante, porque tudo transcorreu na mais perfeita integração animal-natureza, tudo foi em harmonia, em paz.
Agora estamos paparicando essas lindezas, são todos pretinhos com pequenos detalhes que os diferencia, começamos a ver que cada um tem uma particularidade, numa coisa todos são iguais: são famintos, pois mamam... mamam... mamam... ficamos por momentos admirando-os mesmo nos movimentos mais simples, é um verdadeiro encantamento!
Quero deixar registrado que a natureza é maravilhosa, deveríamos confiar mais nela, deveríamos deixar as coisas fluirem mais calmas, sem interferir e, sim, integrarmos, sermos mais naturais!

sábado, 16 de janeiro de 2010

O canto da gente!!


Somos como todos os outros animais, queremos ter uma pousada firme, um galho para pernoitar, uma beira de rio manso para descansar, um ninho de folhas fofas, enfim, um lugar para ancorar nossos planos, sonhos, desejos e realizações.
Queremos ter esse lugar de apoio, de recolhimento, principalmente, depois de um dia de luta pela sobrevivência, um lugar para recuperar as forças e renovar o ânimo para seguir em frente... Por isso, ter um canto para morar sempre foi importante.
Quando se é jovem não se tem muita visão dessa importância, com o passar do tempo, esse canto vai ficando ponto de referência, vai criando um vínculo forte na vida. Sem perceber vamos fabricando nossos artefatos pessoais, cada um vai personalizando seu espaço, de acordo com suas características e sonhos.
Analisando meu canto, a minha casa, me vejo como uma pessoa com sonhos limitados, consciente da realidade. Tenho tudo que sempre desejei ter, algumas coisas vejo que adquiri em momentos de deslumbre, mas já passou!! agora sou mais realista.
Tem outra coisa, sou professora de História, carrego muito isso comigo, assim, sempre digo e cheguei à conclusão, que nunca terminamos de arrumar nosso canto, pois "esse canto" está em constante construção, somos seres em construção e modificação.
A casa representa muito a pessoa que ali mora, tenho coleção de caixinhas, cada caixa tem sua história, não gosto de sair comprando, sem significado, pois em cada uma quero ver um tempo, uma pessoa, um lugar que foi especial. Sou de cuidar de peças que me trazem boas lembranças, nem que seja um bibelô daqueles antigos. Cada peça da minha casa tem seu significado, sua história.
Por isso, falo que o "canto da gente" é uma construção histórica, leva uma vida para ser feito!
Por isso, acho que nunca termino de arrumar meu canto, só vou parar quando morrer!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ser animal!


Estou lendo as previsões para este novo tempo que se inicia. Pesquisando pela Internet descobri que este ano no horóscopo chinês é o Ano do Tigre. Humm, animal lindo, forte, astuto, ao mesmo tempo que parece manso e suave, é esperto e altivo. Sempre tive comigo uma foto de uma onça do pantanal colada no painel do escritório, é o animal que mais simboliza a Mulher, penso eu. Depois do Urso é o animal mais lindo, acho que pela força, energia, silêncio, solidão que sinto quando olho para uma, seja negra, seja pintada ou a parda, todas são LINDAS!!Sempre falei que se fosse para escolher ser um bicho, gostaria de ser uma onça pintada, dessas bem brava... selvagem, lutadora, com todos seus direitos de bicho do mato garantidos.
No horóscopo chinês meu signo é Serpente, após ler as características, fiquei mais tranquila, pois assim que soube que era Serpente, fiquei preocupada. Tenho grandes qualidades como Serpente, menos mal.
No horóscopo ocidental sou Áries, ou Carneiro, digo sempre que sou imediatista, dou muita cabeçada, muitas vezes bola fora, por ser ansiosa, não gosto e nem sei esperar, por isso vez ou outra falo coisas que se esperasse mais, não falaria... podem rir!! tenho amigos e parentes que sabem do que falo. Esse lado é do Carneiro, para quem conhece sabe que não tem paciência nenhuma, vai tudo na cabeça...
Depois de analisar essa bicharada na minha vida, fiquei pensando se realmente sou tudo isso, se tenho todas as qualidades desses bichos? e também os defeitos? será que uma pessoa dá conta de ser tudo isso??
Sei que estou, ainda, tentando me conhecer. Como na antropologia, diz, estou em construção, sou diferente de ontem e serei diferente amanhã... assim quando será que saberei quem sou?
Mesmo assim, sabendo o que quero para minha vida, me darei por satisfeita, vocês não acham?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Surpresa?

O que é surpresa? sempre que pensamos vem à idéia coisas boas. Quando vem uma má surpresa, o que fazemos??

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sempre ao seu lado

Nesses dias de folga entre Natal e Ano Novo, fui ao cinema. Entre os filmes em exibição estava um que conta a história da vida de um cão da raça akita e seu dono. Gosto muito de cachorros, entre os animais todos, é um especial! Além de ser um filme que tem o cachorro como centro da trama, tem também o "Richard Gere", imagine se deixaria de ver um filme com "ele", nunca!!
Recomendo o filme, não vou contar, pois não quero tirar a renda do cinema, vale a pena vê-lo.
Vou falar sobre o sentimento de amor sem intenção de troca ou de interesse. Sentimento que existe entre os dois personagens. Vemos um ser humano na sua mais pura essência, docilidade, amigável, desprovido de qualquer máscara, um ser que se entrega ao prazer de estar junto dos que ama!
Uma história dessa deveria ser trabalhada nas empresas, fazer despertar nas pessoas o sentimento de amizade com amor. Deveria ser trabalhada nas escolas, nos hospitais, quem sabe despertaria esse sentimento que está adormecido na maioria das pessoas. Pois estamos vendo e sofrendo a carência desse tipo de amor entre os seres humanos, imagine com os animais! Os empresários estão cada dia mais frios e calculistas, as escolas não conseguem fazer-se ouvir, nos hospitais vemos mais mortes, que vitória da VIDA!
Outro ponto forte que vale ser pensado é a questão da fidelidade, vejam que são sentimentos e valores que não estamos acostumados a ver no nosso dia a dia, sendo que todos queremos recebê-los, agora, por que não exerce-los??
Enfim, vejam o filme, analisem o que é transmitido e tente por em prática, uma cena inesquecível: o tempo que o Richard Gere fica ensinando seu cão a buscar a bola, essa vale a pena para se ver que alma tinha esse Homem!!
O mais gratificante é saber que foi baseado em uma história verídica, em tempo, não estamos tão perdidos, ainda tem ser humano capaz de tanta pureza.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Alfa

Estou fazendo umas reflexões meio que profundas. Vendo fotos de algum tempo atrás, percorrendo o caminho até os dias de hoje, me peguei em estado alfaaaa... parece que estava em outra dimensão. Senti que entrava no tempo da foto, nos pensamentos da criança que estava retratada, senti sua alegria, sua confiança no futuro, sua pureza de alma, seu amor, seus sonhos, vi que naquele momento seus desejos eram tão simples e pequenos.
Senti um bem estar que há muito tempo não sentia, parecia que voltara a ser criança. Não sei se pela pressão dos compromissos de ser adulta, mas por um bom tempo esqueci que fui criança. Nesse momento de transe, posso assim dizer, recuperei a sensação de liberdade, senti que ser criança no seu mais perfeito momento, é tudo de bom!! foi um tempo que todos nós passamos, sem querer ficar, pois contamos o que falta para chegar a ser o que vamos ser a vida inteira... adultos! agora vejo que ser adulto enjoa, cansa, gostaria de poder ter outra fase para poder ficar sonhando como seria vivê-la. Bem, vamos ao caso das fotos. Só sei que esse tempo que me envolvi de volta à infância, foi ótimo!! pena, que logo me chamaram para o dia de hoje, voltei com certa revolta.
Fiquei pensando como a sociedade com sua estrutura, seus planos, princípios, pode estragar a alma de um ser que não participou dessa "organização", como pode destruir os sonhos mais puros, como pode fazer com que siga suas leis, seus planos, fiquei por um certo tempo muito triste por ser uma adulta, me senti culpada.
Daqui pra frente vou procurar ser mais criança em todos os momentos e sonhos da minha vida, quero viver com a esperança de um tempo futuro muito melhor que o passado.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Tempo de Planos

Depois desses dias de "festas", de troca de presentes, de abraços, de sorrisos, de desejos de boas vindas aos novos dias que se iniciam, resolvi ficar uns dias sozinha...
Estou a repensar o que quero nos próximos anos, sempre tenho em mente um ditado que diz: "você colhe o que planta". Assim, estou a refletir sobre essa frase. Vamos ver o resultado?
Começo repassando pela minha vida, aos que me conhecem, sabem que sempre fui muito honesta, transparente, sincera, aberta, sem delongas, sem segredos, prezo por demais a verdade, acho que por isso, não sou muito bem interpretada por algumas pessoas. Por ser assim, sempre senti uma certa reserva por parte das pessoas, acho que muitas tem medo da claridade da vida!! Desejo que a liberdade com responsabilidade seja o maior bem para todos.
Bom, sempre busquei respeitar a liberdade das pessoas, nunca desejei ser inconveniente, tentei levar minha vida sem atrapalhar, por muitas vezes me senti passando pela vida de outras pessoas de maneira disfarçada, sem querer ser percebida, acredito que muitas dessas pessoas nem me viram. Nunca desejei levar mal estar, nunca fui de falar sobre tristeza, catástrofe, doença nos locais que estou, ao contrário, sempre tentei fazer esses momentos de muita alegria. Criei meus filhos conscientes de seus deveres e direitos, sempre "primeiro a obrigação, depois a diversão", nem por isso deixamos de nos divertir, levar as fases de crescimento sem estresse, as doenças, os contra tempos de outras ordens, nunca tiraram a alegria da vida.
Assim, penso que posso planejar meu futuro com boas expectativas. quem tem a paciência e segue a leitura de meus textos, me conhece bem, vai poder fazer um balanço. Tento levar minha vida com planos de média expectativa, este tempo que estou vivendo foi planejado há 5 anos atrás. Agora quero um novo tempo. Por isso fiz uma relação de desejos, entre eles estão planos materiais até espirituais. Desde a colocação de cortinas na casa, compra de um carro popular até curso de idioma, de dança de salão, ir para academia de ginástica, congregar numa Igreja e se possível, fazer uma boa viagem... são alguns planos de média expectativa, os de longa, outro momento repasso.
Na vida familiar, desejo amor, harmonia e paz, para desfrutar das alegria que vejo despontar no horizonte. Uma nova fase na minha vida, fase de ver os filhos seguindo seus caminhos acompanhados com as pessoas que escolheram, desfrutar dessa alegria e aguardar por novas!!
Assim, estou começando a repensar sobre muita coisa da vida, o que vale a pena ser vivido e o que vale a pena ser marcado como projeto de vida. Vou pensando e devagar repassando para vocês.