segunda-feira, 12 de abril de 2010

Proezas da Dalila

Ah! Dalila!! que chegou em casa bem pequena, sem dentes, mal comendo sozinha, andando muito mal, penso que deveria ter menos de um mês de idade. Sua raça? ah, essa ainda não descobrimos, mesmo depois de seus 16 anos junto. Chegaram a dizer que era descendente de coelho, de rato do mato, de pincher, de salsicha, enfim, muita coisa... bom, estou falando da nossa primeira cachorrinha de estimação que apareceu em casa, ou melhor, no apartamento. Imaginem, duas crianças, eu trabalhando fora, eles com horário de escola, natação, inglês... e a cachorra pequena. Bom, tive que encarar pois, o gato que tínhamos fora embora para a fazenda, não podia ficar no apartamento, queria pegar as pombas que chegavam perto das janelas.
A Dalila foi crescendo, para nossa sorte não ficou grande, mas ficou brava... ah! isso ficou! Aprendeu a sentar, a dormir na cama dela, a fazer suas necessidades no jornal, a pedir chocolate, farejar as frestas das portas na procura de algum chocolate escondido.
Da sua braveza, vou contar algumas histórias. Meu filho tinha muitos coleguinhas de escola japoneses, vocês sabem a característica dos japoneses, são tímidos. Sempre que tinham que fazer os "trabalhos" de escola vinham em casa. Ah! era a festa para a Dalila se impor. Esses coleguinhas passavam o maior medo. A caça começava desde o momento que o porteiro interfonava avisando que os meninos estavam subindo. Ela começava a latir, era sempre a primeira que chegava na porta, isto já estava bufando, queria sangue!! o elevador parava, ela corria patinando na porta, corríamos para segurá-la, enquanto os meninos ficavam quietos encostados na parede até ela fazer a "revista", isto é, até ela cheirar todos, ver se não tinham chocolate ou se alguém se mexia. Imaginem a cena. Esses meninos hoje estão homens, formados, casando e somos amigos de muitas risadas quando lembramos desses momentos. Hoje falam que morriam de medo! e que eu dizendo que a Dalila não fazia nada, eles tinham muito, mas muito medo.
Ela ficou tão possessiva que muitos parentes deixaram de ir na minha casa por causa dela. Por muitas vezes era preciso prender a Dalila para receber um técnico de geladeira, da máquina de lavar roupa, uma amiga, ou mesmo um parente, cantar parabéns batendo palmas? nem pensar! ela ficava uma fera!!! cumprimentar alguém de casa? só disfarçadamente, ninguém podia pegar ou relar em qualquer um de nós. Quando essas pessoas saiam e a Dalila era solta, ai meu Deus! ela corria por tudo onde a pessoa tinha passado, tocado, sentado, isto na maior braveza e fungação. Queria pegar de qualquer jeito essa pessoa.
A Dalila sempre foi independente, parece que nunca soube que é uma cachorra, nunca se portou como tal. Nunca ligou para outros cachorros, sempre companheira nossa.
Hoje, com sua idade avançada, leva uma vida de conforto, está firme, surda e com muita saúde. Tem um ritmo de vida que só ela gosta. Quando vai visitar meus pais, faz a parte dela na hora de cumprimenta-los, mas logo em seguida vai para a frente da geladeira e fica esperando abrirem par ver se tem alguma coisa que a interessa. Depois vai verificar as portas dos armários para ver se tem algum chocolate escondido, se tiver, podem ter certeza que ela descobre.
Nosso conforto é que ela viveu seu tempo da melhor maneira possível, quando for embora, saberemos que vamos sentir muita saudade, mas ao mesmo tempo teremos muitas e muitas lembranças dessa Dalila, que agitou nossa casa e muita conversa.

2 comentários:

  1. Ahh mãe, que texto lindo... realmente a Dalila é demais, uma fera louca por chocolate... haha
    te amo
    bjao

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  2. Oi mae!!! É, realmente a dalila foi mto especial. Quer dizer, ainda é ne! Mtas historias dela! Mas sempre historias boas! nao deu mto trabalho, sempre foi boazinha! hehehe
    Vamos aproveita-la enquanto ela ainda esta aqui ne!
    Bjaooo! te amo!!

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