terça-feira, 10 de agosto de 2010

Construção do futuro

Quem acompanha meu blog, sabe muita coisa da minha vida e, até mesmo, coisas subjetivas, coisas minhas. Não tenho vergonha do que escrevo, esta foi uma maneira de exteriorizar meus sentimentos.
Minha criação foi muito severa, não tinha liberdade de conversar, de fazer pergunta ou até mesmo de, dizer uma frase que não fosse como meus pais esperam que deveria ser. Procuro pensar que esse era o comportamento da grande maioria dos pais naquele tempo. Para eles, filhos, crianças eram para ficar em "seu lugar", não podiam participar de conversa, de festa, de ambientes adultos. As crianças deveriam saber o "seu lugar".
Quando tive meus filhos, desejei cria-los de maneira bem diferente. Queria que fossem meus amigos, fossem abertos, transparentes, sinceros, sabendo que estavam sob minha responsabilidade e sabedoria. Não sou diferente de nenhum pai até hoje existente, claro que nem tudo foi maravilha, tivemos nossos desencontros, os bate-de-frente de geração, enfim, as diferenças naturais da vida e do progresso tecnológico, cultural, científico, ora, essas novidades de todo dia que temos que correr atrás. Mesmo assim, sinto que aquelas diferenças que tinha com meus pais, elas ainda existem, em menor proporção, mas existem... são como pedras que encontramos no caminho, umas grandes, outras pequenas e algumas que insistem em não sair do caminho, mesmo que você tente afasta-las, sempre voltam rolando... rolando... até por baixo do sapato chegando quase escorregarmos. Essas pedras eu vejo como as contrariedades do nosso dia a dia. São os problemas do trabalho que interferem, problemas financeiros, de saúde até, emocional. Assim, quando estou vivendo um momento desse de "pedrinhas", penso de quantas "pedrinhas" meus pais tinham que se livrar? Penso, naquela época não havia crédito, para comprar tinha que ter o dinheiro, para caso de doença não havia convênio, não havia cheque pré-datado, cartão de crédito, compra pela Internet. A luta pela sobrevivência era real, viva, crua e própria.
Hoje vivemos ligados no virtual, vivemos no irreal. Só que pagamos no real!
Quanto aos assuntos sobre filhos, quero registrar que não culpo meus pais pela criação que me deram, tenho pena de não terem construído um futuro mais confiante e saudável em todas as áreas da vida.
Sei que também não fui perfeita na criação de meus filhos, mas sei que tenho uma relação mais aberta e sincera com eles, quanto à construção do meu futuro, estou em construção, em fase de por tijolo, cimento, rebocar, de repente, está fora do prumo, tenho que derrubar e recomeçar, espero que até ficar um pouco mais velha possa acertar essa construção a tempo de ver a obra feita e, linda! 

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